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Wendel de Novais
Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 15:14
Um homem, identificado como Paulo Vitor de Jesus Santos, é acusado de estelionato por ex-namoradas que afirmam ter sido vítimas de golpes em Salvador. De acordo com as denunciantes, Paulo utilizava o trabalho como vendedor de veículos para enganar as companheiras e se apropriar de valores que as pertenciam. A empreendedora Monique Carneiro, 38 anos, por exemplo, afirma que o acusado vendeu seu carro, avaliado em R$ 20 mil, e sumiu com o dinheiro em 2020. Além disso, alega que ele deve a ela mais de R$ 15 mil, entre faturas de cartão de crédito e empréstimos feitos. Ela prestou queixa na 7º Delegacia (Rio Vermelho).
“A dívida é de R$ 35 mil. Tive um relacionamento de um ano com ele e, quando terminamos o relacionamento, já tinha colocado meu carro na loja para vender. Entrei em contato com ele e só me dava desculpas, afirmando que ia vender e ficava me enrolando. Depois de dois meses, fui lá ver e ele tinha vendido o carro um dia depois de colocar na loja. Como tinha uma dívida com o dono, pagou o que devia e sumiu no mundo. Desde então, entro em contato para me pagar o que deve e já são quatro anos dele dizendo que vai pagar e sumindo”, conta Monique.
A Polícia Civil (PC) foi procurada para responder sobre o caso, confirmou que houve uma denúncia da parte de Monique contra Paulo e que o inquérito já foi enviado à Justiça. Segundo Monique, cinco outras mulheres passaram pela mesma situação. Procurada, uma fonte da polícia confirmou que Paulo Vitor tem ao menos quatro denúncias por estelionato registradas em diferentes delegacias da capital. A advogada Lucianna Barbosa reitera a informação. Ela representa uma outra vítima que prestou queixa contra Paulo e afirma ter tomado conhecimento de outras denúncias.
De acordo com Lucianna, o acusado fez uma dívida de R$ 80 mil no nome da sua cliente. “Ele financiou, em 2022, um veículo que era avaliado em R$ 60 mil no nome da minha cliente. Com os juros, a dívida com o banco saltou para R$ 80 mil porque ele não pagou nem a primeira parcela. Depois disso, sumiu e não deu mais notícias. Até que o banco abriu um mandado de busca e apreensão para o carro contra a minha cliente e o veículo foi localizado e apreendido”, diz.
A advogada aponta ainda que Paulo só voltou a entrar em contato com a sua cliente porque o veículo tinha sido vendido para um policial militar que o pressionou depois da apreensão. “Ele só se mobilizou para falar com ela quando o carro foi apreendido e estava com pertences do policial. Ligava insistentemente porque queria que devolvesse as coisas e o policial ia responder processo administrativo por estar com armas e material do policial”, fala.
Paulo Vitor foi procurado pela reportagem e preferiu não gravar entrevistas, mas afirmou que a denúncia de dívida de R$ 80 mil não procede. Sobre a denúncia de Monique, o acusado disse dever R$ 8 mil para a empreendedora, com quem fez um acordo de R$ 9 mil e só arcou com uma entrada de R$ 1 mil. Questionado sobre outras denúncias, afirmou “ter tudo resolvido”.
Lucianna afirma que, além da dívida, a sua cliente, que não tem condições de falar sobre o assunto, passou por problemas psicológicos decorrentes da situação. Ela teve vários problemas psicológicos, mal consegue tocar no assunto e tenta resolver a questão do processo para superar esse problema. É um prejuízo enorme para um carro que a minha cliente nunca utilizou", completa a advogada.