Diretor do Malê Debalê lamenta morte de músicos: ‘Jovens que nunca deram problema’

Daniel Natividade, 24 anos, e Gustavo Natividade, 15 anos, foram assassinados durante dia de lazer

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  • Larissa Almeida

Publicado em 9 de outubro de 2024 às 05:30

Malê Debalê Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

Os irmãos Daniel Natividade, 24 anos, e Gustavo Natividade, 15 anos, que foram mortos durante um ataque armado no Emissário de Arembepe, na noite de segunda-feira (7), eram o filho mais velho e mais novo da família, respectivamente, e dividiam o amor pela música no Male Debalê, onde eram percussionistas desde a infância. Enquanto Gustavo ainda fazia parte do Malêzinho, projeto social que ensina percussão e dança para a primeira infância, Daniel fazia parte do grupo de transição para a banda profissional. Ambos, de acordo com Celso D’niçu, diretor do bloco, eram meninos tranquilos.

“São jovens que nunca deram problema. Muito pelo contrário, Daniel era um jovem extrovertido, alegre, prestativo, brincalhão e muito bem-quisto pela comunidade. Todos eram da comunidade de Itapuã, onde todos são praticamente uma família e morreram em um dia de lazer entre amigos”, lamentou.

Daniel estava de folga na segunda-feira e aceitou fazer o passeio para o Emissário de Arembepe junto com o irmão, parentes e amigos de Itapuã. Aquela era pelo menos a terceira vez que a programação era proposta pelo líder comunitário do bairro neste ano e tudo correu bem até o momento da volta, quando os ônibus que os levaram até Camaçari foram impedidos de ir ao encontro do grupo. Uma confusão se instalou e, nesse período, Daniel foi atingido pelos disparos. Gustavo, ao ver o irmão caído, foi ao socorro dele, mas também acabou sendo alvo do ataque dos criminosos.

“Não sei o que levou essas pessoas a cometerem um crime bárbaro como esse. Não tinha motivo para isso. Hoje, os tambores do Malê se encontram silenciados por conta do estampido dos disparos de armas de fogo. É preciso entender o que aconteceu para impedir que fatos como esse ocorram novamente”, reivindica Celso D’niçu.

Por conta do assassinato dos jovens, o Malê Debalê suspendeu as atividades do bloco por 30 dias até que haja um esclarecimento do ocorrido por parte da polícia. Em luto, as crianças e jovens não compareceram à sede do grupo musical desde esta terça-feira (8). Até o momento, não há informações sobre o horário e local do enterro da dupla, que deve acontecer nesta quarta-feira (9).