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Maysa Polcri
Publicado em 14 de abril de 2025 às 13:42
No último domingo (13), Salvador e outras 327 cidades baianas estiveram sob alerta de chuvas intensas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Até 50 milímetros (mm) eram esperados em cada um dos municípios. Em Salvador, o bairro que mais choveu foi Plataforma, que acumulou 39.8 mm em 24 horas. O diretor da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macedo, fez um alerta, nesta segunda-feira (14), sobre o que considera alertas 'generalistas'. >
"Salvador possui, desde 2016, o Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil. Temos um modelo próprio para nossa cidade, com a escala definida para Salvador. Então, o nível de acerto, embora não seja absoluto, é infinitamente superior ao de todo e qualquer instituto", disse o diretor da Codesal. Sosthenes compara as diferentes previsões a exames de imagens. >
"Os demais institutos fazem suas previsões com escala Brasil. Por vezes, Bahia. Mas são 417 municípios. Aqui, estudamos a realidade da nossa cidade, com suas complexidades. É como se você tivesse as informações de um ultrassom e um tomógrafo. Se um médico precisa de informações mais detalhadas, ele vai de um ultrassom para um tomógrafo", exemplificou. >
Nesta segunda-feira (14), cidades do oeste da Bahia estão na lista do Inmet de chuvas intensas. Salvador não integra os municípios sob alerta. Sosthenes Macedo avalia que as previsões 'generalistas' não se concretizam muitas das vezes, o que faz com que a população perca a confiança. >
"Na semana passada, disseram que iria chover 50 milímetros na segunda-feira. Depois mais 50 na terça, e, na quarta, mais 50. Quer dizer, vira achismo. E isso é muito sério, não dá para ser achismo", completa o diretor. Salvador conta com 147 sensores meteorológicos avaliados diariamente por profissionais. >
Sosthenes Macedo ainda cobrou o retorno do funcionamento do radar meteorológico do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Governo Federal. O radar fica próximo ao Aeroporto de Salvador e tem formato de bola de futebol, podendo ser visto por quem transita pela Avenida Paralela. >
"Há um ano, a Bahia está sem esse importante radar, que nos permite fazer uma análise muito imediatista do que vai acontecer. As respostas que recebemos sobre isso é que faltam recursos e manutenção, o que é gravíssimo porque respostas rápidas salvam vidas", completou. O Cemaden foi questionado pelo CORREIO sobre o não funcionamento do equipamento, e esta matéria será atualizada assim que houver retorno. >