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Esther Morais
Bruno Wendel
Publicado em 2 de fevereiro de 2025 às 08:16
Odoyá, salve a Rainha do Mar! Desde cedo, baianos e turistas movimentam o bairro do Rio Vermelho, em Salvador, para saudar Iemanjá. Neste 2 de fevereiro, centenas de fiéis encaram uma fila a perder de vista para entregar flores, perfumes e presentes no barracão Casa do Peso em reverência e agradecimento à orixá. A celebração completa 103 anos de fé e tradição em 2025. >
Com flores vermelhas, amarelas e brancas, a doméstica Gilcicleide Maria dos Santos, 50 anos, é uma das devotas que está no local e diz que "é só gratidão". "Ela me salvou de dois afogamentos. Um, aqui em Salvador, e outro, em Aracaju. Nas duas situações, pedi por ela, que não me deixasse morrer e hoje estou aqui", conta.>
A programação da Festa de Iemanjá começou no sábado (1º), à meia-noite, com a entrega do presente de Oxum no Dique do Tororó. O presente saiu do Terreiro Olufanjá – Ilê Axé Iyá Olufandê, no bairro do Beiru, às 23h20. Já neste domingo, o presente principal de Iemanjá saiu às 4h30 também do Terreiro Olufanjá – Ilê Axê Iyà Olufandê para a Colônia de Pesca Z1. O presente principal permanecerá no caramanchão até as 16h, local onde as pessoas também entregam oferendas para a organização em grandes balaios. >
“É muito importante para nós, pescadores. Uma festa muito bonita, lindíssima e que preserva uma singularidade, pois ela é incomparável a qualquer outra festa baiana. Antes de ser pescador, eu já participava, desde os 12 anos de idade. Como pescador, eu já participo há 37 anos”, conta Nilo Garrido, 59, presidente da Colônia de Pesca Z1.>
Após as 16h, o presente principal será conduzido pelos pescadores para a embarcação e seguirá por mar até o Buraco de Iaiá, buraco em formato de concha situado a 3 milhas náuticas da terra. Das 6h do dia 1º até as 16h do dia 2 de fevereiro, pescadores e colaboradores irão organizar as filas de adeptos e frequentadores para entrada na Casa de Iemanjá e passagem pelo Barracão.>
Ao longo de todo o dia 2, centenas de pessoas depositam presentes, a exemplo de flores e perfumes, diretamente no mar e também em balaios do barracão, no bairro do Rio Vermelho, em reverência à Rainha do Mar. >
A tradição partiu de pescadores da capital baiana, em 1923, que resolveram oferecer presentes para a divindade das águas na expectativa de que ela pudesse resolver o problema da escassez de peixes.>