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Gilberto Barbosa
Publicado em 18 de setembro de 2024 às 05:45
Lauro de Freitas, 16 de setembro: um funcionário da rede Drogasil, localizada no bairro de Buraquinho, utiliza um objeto metálico para atacar um veículo que estava estacionado no local. Além da lateral e dos vidros do carro, parte do balcão e das prateleiras do estabelecimento foram danificados no incidente. Ninguém ficou ferido.
De acordo com a Polícia Militar (PM), o homem de 35 anos foi encaminhado para uma unidade de saúde, onde recebeu atendimento. Não há informações se ele foi liberado para prestar depoimento. Em nota, a Drogasil lamentou o ocorrido e afirmou que tomará providências internas.
Esse não é o único incidente envolvendo descontroles comportamentais em Salvador e Região Metropolitana na última semana. Na noite da última segunda-feira (10), um homem invadiu um supermercado no bairro de Piatã com um veículo de modelo Ecosport. Além do portão, estantes e mercadorias foram danificados no caso.
O incidente ocorreu após o condutor de 41 ver a sua BMW pegar fogo cerca de 15 minutos antes. Testemunhas contaram que ele se revoltou por achar que não recebeu a ajuda necessária de funcionários do local para conter as chamas do carro. Segundo a Polícia Civil (PC), ele apresentou um laudo de transtorno mental após ser levado por policiais militares para a 12ª Delegacia (Itapuã).
“Tem uma coisa em comum nesses casos, que é um descontrole comportamental grave com depredação de patrimônio privado. Por mais que haja motivações distintas, os casos chamam a atenção para a importância do cuidado com a saúde mental. Isso pode sinalizar um aumento no número de casos novos de doenças psiquiátricas e a dificuldade de pessoas em acesso a esse profissional”, afirmou o psiquiatra Antônio Freire.
O psiquiatra elenca possíveis causas para a fragilização da saúde mental. Entre elas estão a rotina estressante, a ansiedade com o aumento da violência ou a alta exposição a internet. “O contato constante com postagens que mostram pessoas vivendo uma outra realidade, sempre felizes enquanto o cidadão está sempre trabalhando aumenta a insatisfação do usuário com a sua própria vida. Esses elementos juntos trazem riscos para a nossa saúde mental”, prosseguiu.
Ainda segundo Antônio, apesar do aumento de doenças psiquiátricas, há dificuldade no acesso ao acompanhamento em unidades de atendimento psicossocial. Ele também cita que sintomas como irritação, impaciência, má qualidade de sono, além de alterações de apetite e mudanças significativas de peso podem indicar a necessidade de acompanhamento.
“Uma coisa que ajuda muito na proteção da saúde mental são as atividades físicas com uma frequência regular. Outros fatores que podem ajudar é manter momentos de lazer, preservar as relações familiares e de amizade, além da inclusão de práticas como meditação e outras terapias. Também é importante deixar o celular de lado e ter uma vivência mais real, reduzindo a sensação de incompetência que surge pela comparação com outras pessoas e por alimentar um ideal inalcançável”, finalizou.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro