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Raquel Brito
Publicado em 18 de abril de 2024 às 22:14
Esta quinta-feira (18) foi de fé e celebração na Basílica Senhor do Bonfim. A data marca dois eventos importantes para os fieis: os 279 anos desde a chegada da imagem do Senhor do Bonfim a Salvador e o aniversário da fundação da igreja.
Às 17h, uma missa especial foi realizada na paróquia em comemoração. Com um salão lotado de devotos, o padre Edson Menezes ressaltou a importância do dia 18 e pediu que os presentes saudassem a imagem com uma salva de palmas.
“A devoção ao Senhor do Bonfim é uma iniciativa do povo, que começou desde que a imagem chegou e permaneceu na igreja de Nossa Senhora da Penha durante nove anos. O povo começou a fazer romaria para lá e essa devoção só foi crescendo com o passar do tempo. A imagem do Senhor do Bonfim é a joia mais preciosa que existe aqui neste templo, neste lugar”, disse o padre ao CORREIO.
Também marcou presença o juiz de devoção da Basílica, Fernando José Máximo Moreira. Segundo ele, as duas celebrações de hoje são indissociáveis. “A imagem, para a igreja, tem um significado divino, superior a qualquer adjetivo que eu possa dar. Sem ela, não teríamos a nossa devoção, e sem a Irmandade, que é a devoção do Senhor do Bonfim, não teríamos construído a igreja junto com todo o povo, os voluntários, os irmãos”, afirmou.
Ícaro Batista, 28, mora perto da Igreja do Bonfim e tem o costume de ir com os parentes para assistir a missas. Hoje, o dia para ele tinha uma terceira ocasião especial: o aniversário da esposa, em que é tradição irem à paróquia.
“Eu tenho o hábito de vir. Acho que tem muito a ver com os costumes do soteropolitano. A gente aqui, principalmente da Cidade Baixa, tem a tradição da lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim muito forte, por exemplo. É muito legal que esses outros aniversários sejam hoje também”, disse.
A imagem do Senhor do Bonfim, à semelhança da que havia na cidade de Setúbal, em Portugal, chegou em Salvador em 1745 e hoje não deixa mais a basílica, por ser uma obra original: em toda a sua história, saiu apenas 13 vezes, com destaque a 1923, no centenário da Independência da Bahia. Atualmente, em procissões, por exemplo, existe uma réplica para cumprir esse papel.
Em Salvador para cumprir uma promessa, o casal Valéria Budal, 49, e Márcio da Costa, 46, mora em Curitiba e está visitando a capital baiana pela segunda vez. Na primeira, há onze anos, amarraram a fitinha no gradil com um pedido de gravidez. Este ano, vieram com a filha Maria Clara, de três anos, para agradecer.
“Essa devoção ao Senhor do Bonfim e o costume de amarrar as fitinhas e fazer os pedidos chama bastante atenção, tem que ser em Salvador. Eu tinha necessidade de vir aqui, para fazer esse ritual”, contou Valéria.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro