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Deputado estadual aciona Ministério Público contra pintura na Ufba: 'Intolerância religiosa'

Petição solicita remoção da pintura e identificação dos responsáveis

  • Foto do(a) author(a) Vitor Rocha
  • Vitor Rocha

Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 17:56

Diego Castro (PL) apresentou uma petição na quinta-feira (12)
Diego Castro (PL) apresentou uma petição na quinta-feira (12) Crédito: Divulgação e Paula Fróes/CORREIO

O deputado estadual Diego Castro (PL) acionou o Ministério Público Federal por conta de uma pintura na parede da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom-Ufba). Na quinta-feira (12), o parlamentar entrou com uma representação contra a imagem, que retrata o Papa Francisco ao lado do diabo e dividiu opiniões nas redes sociais. A petição solicita que a arte seja removida e os responsáveis identificados.

Para Diego Castro, a pintura incita intolerância religiosa e configura o crime de vilipêndio de culto e de seus rituais, previsto no Código Penal Brasileiro.

“É inadmissível que um símbolo religioso, que representa a fé de milhões de pessoas, seja utilizado para incitar o ódio e o desrespeito. A intolerância religiosa não pode ser tolerada em nenhuma esfera da sociedade, especialmente em instituições de ensino”, afirmou o deputado.

A petição apresentada por Diego Castro solicita que a Ufba implemente medidas preventivas para evitar a reincidência de situações semelhantes e que se pronuncie oficialmente sobre o caso. Além disso, o deputado requer que a universidade realize ações educativas voltadas à promoção do respeito à diversidade religiosa no ambiente acadêmico.

Relembre o caso

Uma pintura na parede da 'varandinha' da Facom levantou diferentes opiniões entre internautas e membros da comunidade estudantil. A publicação, feita por um professor da instituição, na terça-feira (10), deu abertura à discussão polêmica.

No grafite, uma representação do 'diabo' está abraçada ao Papa Francisco, líder supremo da Igreja Católica, e juntos parecem cear enquanto gargalham. Ao fundo, a imagem sugere o 'inferno' com pessoas caindo em chamas, enquanto o céu aparece no topo da pintura com certa distância. Abaixo, é possível ver baús com moedas de ouro e um gato no canto da 'tela'.

Embora seja acusado de servir "banquete ao inimigo", o autor do grafite afirmou que a sua crítica não é à figura no desenho, mas ao que ela representa, em termos de religião.

"Dentre as referências que pesquisei para fazer retratos foi a que mais me chamou atenção pela diversidade de sensações que pode causar. Outras opções foram Jesus e Buda jogando cartas, Bolsonaro e Lula se beijando, por aí vai. É mais sobre o que ele representa, nada pessoal contra o Papa Francisco, até outro dia estava chamando ele de Bento", contou.

A 'varandinha' foi escolhida por ser um local de fácil acesso e, principalmente, onde os amigos de autor costumam se reunir.

Muito além do 'gostar' e 'detestar', a pintura incitou críticas quanto ao limite da arte e da crítica social. O autor, no entanto, sentiu que cumpriu sua missão. "Sinto que nada pior para um artista do que olharem para sua obra e não vir um pensamento, ou uma sensação, ninguém se importar. Então se causa alguma sensação de alguma forma, considero como missão cumprida", celebrou.