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Depois de muita treta, virou realidade: via que liga Palmeiras ao Vale do Capão deve ser entregue em abril

Obras dividiram opinião de moradores do Vale

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 05:15

Estrada
Estrada liga a sede do município de Palmeiras e o distrito de Caeté-Açu, no Vale do Capão Crédito: Divulgação

Com 70% das obras concluídas, a pavimentação da estrada entre a sede do município de Palmeiras e o distrito de Caeté-Açu, no Vale do Capão, tem dividido a opinião dos moradores. Por um lado, há a tranquilidade de uma locomoção com mais conforto. Por outro, os residentes temem riscos de acidente por causa de alta velocidade, fluxo descontrolado de turistas e especulação imobiliária, além dos desafios para a preservação do meio ambiente. Iniciada em setembro de 2022, a obra deve ser entregue em abril de 2025.

“Existem relatos recentes de colisões graves, inclusive com vítimas fatais. A imprudência e o excesso de velocidade de alguns condutores são apontados como os principais fatores de risco. Moradores questionam e refletem sobre medidas que podem ser tomadas para mitigar essa situação”, diz o servidor público Robério da Silva Júnior, residente do Vale do Capão desde 2017. No dia 25 de dezembro no ano passado, um acidente entre um carro e uma motocicleta deixou uma vítima fatal, de 33 anos.

De acordo com Edna Nascimento, 48 anos, que mora no Vale há 10 anos, já foram registrados pelo menos três acidentes após o início pavimentação. “Antes, acontecia acidentes, sim, mas não tão graves. Com a pavimentação, há imprudência dos motoristas e alta velocidade”, afirma. Apesar da crítica, a residente afirma que a pavimentação é recebida de forma positiva pela maioria dos moradores.

"O custo de transporte do Vale é muito alto. Tanto para quem tem carro próprio, por causa custo manutenção do veículo, e para quem precisa pegar particular. Acredito que, com a pavimentação, esses custos vão diminuir”, diz Edna. Atualmente, os usuários da van que circula entre Palmeiras e Vale pagam R$ 25 por viagem.

O tempo de realização do percurso, que é 17,9 quilômetros, é outro ponto positivo. Se antes era feito entre 45 e 55 minutos, hoje, o trajeto pode ser feito em até 35 minutos, segundo Robério. "A maioria das pessoas gostaram. Os residentes se sentem mais confortáveis em se locomover em uma estrada asfaltada”, diz.

O crescimento desenfreado do turismo e a preservação ambiental também são preocupações recorrentes dos moradores do Vale, que são debatidas com mais intensidade após a chegada do asfalto. “Eu acredito que as questões do desenvolvimento até agora estão sendo positivas, mas se não fizer o PDDU, o plano de contingenciamento, o plano turístico sério, acaba entrando em algum tipo de decadência”, diz o empresário de turismo Emmanuel Requião, 64 anos, que mora no Vale há 40 anos.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana do município. O documento deverá ser revisto e atualizado no prazo máximo de oito anos, após a sua aprovação pela Câmara Municipal, podendo sofrer complementações e ajustamentos antes desse prazo (LOM, Art. 75).

Ao CORREIO, a prefeitura informou que Palmeiras tem um Lei de ordenamento de solo, que é o Plano de Referência Urbanísticas/ Ambientais (PRUA) dos núcleos urbanos, de n. 186, de 05 de dezembro de 1997. Por meio da assessoria, o órgão informou que a elaboração do novo PDDU está no plano atual da gestão do novo prefeito, Wilson Rocha (Avante). “Em breve a Prefeitura Municipal vai buscar perante os órgãos competentes do Governo do Estado, o apoio técnico necessário para iniciar os trabalhos de elaboração de um Plano Diretor atualizado e eficaz para a cidade”, diz em nota.

Para o empresário Emmanuel Requião, o problema é a falta de ordenamento oficial. “O Capão está rogando por um plano de contingenciamento, por um plano de utilização e ocupação do solo, ocupação urbana, tudo isso precisa ser feito. A prefeitura só não consegue fazer isso, se o governo do estado não ajudar", ressalta Requião.

Um ano parada

A obra, que foi anunciada no início de 2023 pelo então prefeito da cidade Ricardo Guimarães (PSD), passou um ano parada. Isso porque o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou a interrupção após a prefeitura de Palmeiras emitir um licenciamento irregular para o início das intervenções. A empresa responsável pela obra, Cosampa, apresentou os estudos solicitados pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) apenas em março de 2024.