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Larissa Almeida
Publicado em 27 de novembro de 2023 às 05:00
O dentista Lucas Maia de Oliveira, 36 anos, que foi encontrado morto neste sábado (25), no apartamento que vivia no luxuoso condomínio Celebration Garibaldi, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, era conhecido por sua alegria e por gostar de festas. Um ano atrás, ele foi vítima de roubo após ser dopado com ‘Boa Noite, Cinderela’ em sua própria casa, durante uma festa.
“Ele fez uma society no apartamento dele, convidou algumas pessoas que ele achava que eram pessoas boas, mas que doparam ele. Chegaram a colocar ‘Boa Noite, Cinderela’ na bebida dele, e ele apagou. As pessoas levaram as coisas dele. Depois desse susto, ele parou de fazer festas desse tipo”, conta Caio de Oliveira, primo de Lucas.
Pouco tempo após o episódio, a mãe de Lucas adoeceu e veio a falecer. Para o primo, a perda da mãe funcionou como uma espécie de gatilho, e o luto levou Lucas a voltar a realizar festas em casa. “Ele estava fragilizado nos últimos tempos. Ele tinha nosso suporte, sempre estávamos juntos, nós e os amigos dele sempre dávamos conselhos, mas não tínhamos como controlá-lo”, afirma Caio.
Mesmo com a retomada das festas, Lucas passou a ser cauteloso em relação àqueles que se relacionava e sempre enviava fotos das pessoas com quem tinha algum envolvimento. Um amigo dele, no entanto, afirmou que o dentista nunca havia comentado sobre o suspeito do crime, que teria chegado ao condomínio com Lucas, na tarde de quinta-feira (26).
Foi também na tarde de quinta-feira a última vez que alguém próximo a Lucas teve contato com ele, segundo relata seu primo. “Ele tinha contato diário com minha mãe, então, a partir do momento que minha mãe passou a não conseguir falar com ele, nós começamos a ficar preocupados. Mas a secretária da clínica dele conseguiu contato com ele na quinta-feira, entre 12h e 14h. Depois disso, ninguém mais conseguiu”, diz.
O último relato de Lucas vivo veio de uma vizinha. Ela teria ouvido um pedido de socorro entre 21h e 21h30 de quinta-feira (26) e acionado a portaria. O porteiro ligou e chegou a ir até a porta do apartamento. Quando não teve resposta e ouviu através da porta um barulho de ventilador, não achou necessário chamar a polícia e retornou para a guarita. Ele foi intimado e será ouvido pela Polícia Civil.
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo