Demanda reprimida será atendida com a construção de dois novos centros de convenções em Salvador

O Tribunal Regional do Trabalho determinou o cancelamento da penhora do antigo Centro de Convenções, no Stiep

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  • Maysa Polcri

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 07:30

Antigo Centro de Convenções amarga abandono na capital baiana
Antigo Centro de Convenções amarga abandono na capital baiana Crédito: Nara Gentil/CORREIO

Há oito anos abandonado, o Centro de Convenções da Bahia (CCB), localizado no Stiep, provocou uma ferida no turismo de negócios em Salvador que, até hoje, não foi completamente cicatrizada. O equipamento recebia eventos nacionais de grande porte, mas está fechado desde que teve sua estrutura parcialmente derrubada, em 23 de setembro de 2016. A expectativa da Prefeitura de Salvador é que a capital tenha ao menos três Centros de Convenções até 2026.

Durante sabatina realizada pelo CORREIO, Bruno Reis, prefeito de Salvador e candidato à reeleição, confirmou os planos da gestão municipal de construir um espaço para eventos no Centro Histórico. O Centro de Convenções deverá ser construído abaixo da sede da prefeitura, onde estão localizados o auditório da Câmara de Vereadores e a subestação da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba).

“Dá para implantar um centro para 4 mil pessoas, com estacionamento. [...] A expectativa é que esse centro possa atrair, ao menos, 80 grandes eventos. Já negociamos com a Coelba a saída da subestação. Nossa expectativa é que, no primeiro semestre de 2026, Salvador tenha o novo Centro de Convenções no Centro Histórico”, falou na sabatina.

Para Adriano Malvar, presidente da Associação dos Profissionais de Evento (APE), existe uma demanda reprimida de turismo de negócios que ainda não foi suprida desde que o Centro de Convenções da Bahia parou de funcionar, em 2016. “Já perdemos um evento porque não tínhamos estrutura para atender 4 mil pessoas. Tentamos convencer o cliente a fazer na Arena Fonte Nova, mas os custos eram muito elevados”, conta.

O presidente da associação acredita que a construção de novos espaços devem movimentar a economia da cidade. “A prefeitura está tentando resolver uma situação grave de abandono. Estamos perdendo o protagonismo no turismo de negócios por conta da desativação do Centro de Convenções da Bahia, que era uma referência”, completa.

O imbróglio que envolve o equipamento, no entanto, está perto do fim. Em junho, uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 5º Região cancelou penhora do imóvel após um acordo firmado entre as partes. A partir da decisão da Justiça, o Centro de Convenções não serve mais como garantia para o pagamento da dívida do Estado aos ex-funcionários da Bahiatursa.

Em janeiro de 2020, a Prefeitura de Salvador inaugurou o Centro de Convenções de Salvador, na Boca do Rio, para suprir a demanda do turismo de negócios. Só no ano passado, o espaço abrigou 150 eventos, por onde passaram mais de 400 mil pessoas.

Além do Centro de Convenções do Centro Histórico, a Prefeitura de Salvador deve inaugurar, ainda neste ano, um espaço para eventos no Subúrbio Ferroviário, onde acontecem as obras no novo Mané Dendê. “Será um Centro de Convenções que vai atender muitas demandas de ações no Subúrbio, para descentralizar a possibilidade de eventos corporativos, de capacitação ou formação. Ele terá um espaço para ações voltadas à população, com caráter mais social”, explica Pedro Tourinho, secretário de Cultura e Turismo de Salvador.