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Defensoria abre procedimento para apurar ação policial com 12 mortos em Fazenda Coutos

Mortes ocorreram em março, após um confronto entre os jovens e policiais da Rondesp

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 10 de abril de 2025 às 08:32

Policiamento em Fazenda Coutos
Policiamento foi reforçado em Fazenda Coutos após mortes Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

A Defensoria Pública da Bahia (DPE/BA) abriu um Procedimento para Apuração de Dano Coletivo (Padac) para investigar a ação policial que resultou na morte de 12 jovens, no bairro de Fazenda Coutos, no dia 4 de março deste ano. As mortes teriam ocorrido após um confronto entre os jovens e policiais da Rondesp, nas imediações de uma área que teria sido invadida por traficantes do Comando Vermelho (CV). Publicado no Diário Oficial dessa quarta-feira (9), o procedimento inclui uma série de medidas voltadas à redução da letalidade policial no estado.

Entre as medidas adotadas, a Defensoria solicitou reuniões com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos para discutir o problema e verificar a quantidade de câmeras corporais (“bodycams”) efetivamente utilizadas pelas forças de segurança do estado. A instituição também propôs a realização de uma audiência pública para debater a situação emergencial da letalidade policial na Bahia, reunindo representantes de órgãos públicos e organizações da sociedade civil.

Também foi proposto pelo órgão a criação de um canal de comunicação para denúncias de desaparecimentos após abordagens policiais, a ser estruturado em parceria com a SSP e a Superintendência de Prevenção à Violência. “Nosso objetivo é assegurar que os direitos fundamentais das populações mais vulneráveis sejam respeitados, especialmente o direito à vida, à dignidade e à verdade. A Defensoria atua como a voz da cidadania, cobrando das instituições do Estado transparência, legalidade e responsabilidade”, afirmou o defensor público Alex Raposo, coordenador de Direitos Humanos da DPE/BA.

Ainda segundo Raposo, a Defensoria buscará respostas, promoverá o diálogo com a sociedade civil e cobrará medidas estruturais para evitar novos episódios semelhantes. “É preciso romper com a lógica de guerra aos territórios periféricos e construir políticas baseadas em justiça, prevenção e respeito aos direitos humanos”, destacou. O Padac destaca um aumento no número de assistidos que buscam a Defensoria relatando a morte de familiares em ações policiais. “A frequente ocorrência de operações no entorno de suas casas expõe toda a comunidade ao risco de vida”, alerta o documento.

O procedimento também considera dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicados em 2023 e 2024, que apontam a Bahia como o estado com o maior número de mortes causadas por policiais no país. Estudos do Instituto Fogo Cruzado também foram levados em conta, indicando, por exemplo, que um a cada três tiroteios mapeados teve participação policial em 2024.

O Padac é resultado de uma atuação conjunta entre a Especializada de Proteção aos Direitos Humanos e Itinerante, a Especializada Criminal e de Execução Penal e o Núcleo de Equidade Racial da DPE/BA. O documento é assinado pelos(as) defensores(as) Alex Raposo e Cláudia Ferraz, que coordenam a Especializada de Direitos Humanos; André Maia e Daniel Nicory, coordenadores da Especializada Criminal; e Mônica Magalhães e Raquel Malta, coordenadoras do Núcleo de Equidade Racial.