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De Sara Freitas a delegada: relembre feminicídios que chocaram a Bahia

Estado registrou 810 feminicídios entre 2017 e 2025

  • Foto do(a) author(a) Gilberto Barbosa
  • Gilberto Barbosa

Publicado em 24 de abril de 2025 às 06:15

Sara Mariano
Sara Freitas Crédito: Reprodução

Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), apontam que a Bahia registrou 810 casos de feminicídio nos últimos oito anos. Ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, o documento computa os crimes ocorridos desde 2015, quando foi sancionada a Lei do Feminicídio. No entanto, as ocorrências de 2015 e 2016 na Bahia, não estão notificadas no sistema.

Em 2025, até o fim de março, já se somam 24 vítimas - ritmo comparável com o observado nos últimos anos e que sinaliza a possibilidade de o total anual repetir a tendência recente. Fevereiro desponta, por enquanto, como o mês mais letal de 2025, com 11 assassinatos. O CORREIO separou casos que chocaram o estado nos últimos anos, veja abaixo:

Caso Sara Freitas

A cantora gospel e pastora Sara Freitas foi encontrada carbonizada no dia 27 de outubro de 2023 às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila. Sara havia desaparecido no dia 24 de outubro, após sair de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, para um evento religioso. Na ocasião, o então marido dela, Ederlan Mariano, denunciou o desaparecimento.

Ele prestou queixa no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no dia 26 e reconheceu os restos mortais da vítima no dia seguinte. Como o corpo estava carbonizado e irreconhecível, a suposta identificação só foi possível inicialmente graças aos objetos encontrados ao lado da vítima, apontados como de Sara.

No mesmo dia, Ederlan foi preso. Ele é apontado como o mandante do crime e teria pagado cerca de R$ 2 mil para Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, Gideão Duarte de Lima e Victor Gabriel Oliveira Neves, que ficaram encarregados do homicídio.

A perícia aponta que ela foi morta com 22 golpes de faca e teve o corpo abandonado em um terreno baldio às margens da rodovia. Zadoque foi preso no dia 14 de novembro, com os outros acusados sendo detidos no dia seguinte.

Gideão foi condenado a 20 anos e 4 meses de prisão pelo crime. A sentença saiu após júri popular realizado no último dia 15. Os outros três estão presos e aguardam julgamento.

Delegada morta na RMS

A delegada Patrícia Neves Jackes Aires foi encontrada morta no banco do carona de um veículo, em uma área de mata, no dia 11 de agosto de 2024, em São Sebastião do Passé, Região Metropolitana de Salvador (RMS). O companheiro da vítima, Tancredo Neves Feliciano de Arruda era o dono do carro e foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio. Ele confessou que a assassinou estrangulada usando um cinto dois dias depois.

Fontes ligadas à polícia disseram que havia diversas contradições no depoimento dele. Meses antes, ele havia sido levado à delegacia com base na Lei Maria da Penha, depois de ter quebrado um dos dedos da esposa. Informações dão conta ainda de que ele já tinha agredido Patrícia outras vezes. A vida conturbada do casal era conhecida pelos vizinhos e pela própria polícia, que foi acionada mais de uma vez para ir à residência após brigas.

O acusado teria, ainda, um histórico de violência contra outras mulheres. Em abril, ele havia sido proibido de se aproximar de uma ex-companheira após uma decisão judicial da Vara Criminal de Queimadas. Segundo o documento, ele praticou violência doméstica contra a vítima.

Corpo encontrado em mala em Itaparica

O corpo de Helmarta Sousa Santos Luz foi encontrado no dia 27 de setembro na região da Ponte do Funil, na Ilha de Itaparica, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ela estava desaparecida desde o dia 24 depois de sair do trabalho, no município de Valença, para almoçar e não retornar mais.

O ex-marido dela, o taxista Carlos Mendes Júnior, foi apontado como suspeito de envolvimento no caso desde o princípio por amigos da vítima, que relataram que ele vinha ameaçando a ex. Ouvido pela polícia, ele se contradisse várias vezes, o que acabou chamando atenção dos investigadores.

Por fim, em depoimento, ele confessou o crime, dizendo que estrangulou Martinha com uma corda, depois colocou o corpo em uma mala e foi de carro até a Ponte do Funil, em Itaparica, onde atirou a mala na água. Ele indicou o local para a polícia, que com ajuda dos bombeiros, localizou a mala com o corpo de Helmarta.

A mala preta, com a vítima completamente amarrada e com dois 'pesos de academia', de 5 kg cada, foi localizada a uma profundidade de aproximadamente 25 metros.

Mãe e filho mortos no Doron

Mariza da Luz, 30 anos e seu filho Arthur da Luz Santos, de 7, foram mortos a facadas enquanto estavam em casa, no bairro do Doron, no dia 29 de junho do ano passado. O autor do crime foi identificado como Rodrigo Bispo dos Santos, companheiro de Mariza, que foi preso em flagrante após o crime.

Marisa morreu no local, enquanto Arthur morreu no dia 3 de julho. Mariza foi esfaqueada diversas vezes no banheiro, onde o corpo foi encontrado. Ela apresentava um corte profundo na cabeça. "Ele arrancou o vaso e jogou nela", disse uma jovem. Já o menino foi perfurado quatro vezes.

Após o crime, o homem destruiu tudo que havia dentro do imóvel e em seguida abriu o gás para explodir a casa. Uma terceira vítima, filho dele com Marisa, um bebê de 28 dias, foi resgatado com intoxicação.

Mulher morta por ex-companheiro em Conceição do Jacuípe

No dia 12 de abril, Maura Santos de Jesus, 45 anos, foi morta a tiros em Conceição do Jacuípe, no centro norte da Bahia, na frente do filho de 11 anos. O suspeito de efetuar os disparos, identificado como Mário Pereira de Brito, tirou a própria vida após cometer o crime.