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Millena Marques
Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 05:00
Apaixonado por café, o estagiário projetista Neilton Filho, 24 anos, geralmente toma a bebida três vezes ao dia. Ele e a mãe deixaram há pouco tempo o consumo de café em pó pelo grão. Foi nessa troca que descobriram – sem querer – uma nova forma de economizar com o produto. Nos mercados, o preço varia entre R$ 9,50 e R$ 30, com opções gourmet que podem ultrapassar R$ 50.
“Percebi que aumentou bastante o valor do café ao longo desses meses, mas aqui em casa a gente ama café. Uma das coisas que a gente fez foi optar pelo café em grão, que conseguimos com mais facilidade pela internet”, disse Neilton. Dessa forma, ele garante três quilos que duram até dois meses. Com o café em pó, até cinco pacotes de 500g eram necessários para fechar o mês.
No levantamento feito pelo CORREIO no aplicativo Preço da Hora, plataforma do governo estadual, os preços do café de 500g (em pó e moído) variavam de R$ 9,50 a R$ 30. O mais barato era o Café de Cevada Superbom, vendido no estabelecimento Saúde Total, no bairro da Liberdade. O mais caro era o Café Torrado e Moído da Pilão, vendido na Kalunga do Caminho das Árvores.
A publicitária Larissa Assis, 28 anos, toma duas xícaras de café especial diariamente, uma de manhã e outra no meio da tarde. Quando não consome a bebida, a cabeça chega a doer. Por isso, não renuncia ao café, o que faz é reduzir a quantidade de pacotes. “Pode estar mais caro, eu vou comprar, independente... Talvez eu não compre dois, como normalmente compro, mas compro pelo menos um especial e demoro para tomar”, disse.
Segundo a Produção Agrícola Municipal (PAM) de 2023, do IBGE, a Bahia foi a 4ª maior produtora de café no Brasil, com 232.497 toneladas, atrás somente de Minas Gerais (1.735.408 t), Espírito Santo (811.417 t) e São Paulo (307.353 t). Embora seja destaque na produção nacional, a redução no valor final para os baianos é incerta. “A expectativa é que o preço só venha a melhorar em 2026 porque não tem como o país que teve uma lavoura prejudicada pela seca se recuperar a produção para 2025", disse João Lopes Araujo, presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé).