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Priscila Natividade
Publicado em 24 de novembro de 2024 às 07:21
Uma profissional de 30 anos, com pós-graduação, apaixonada por atividades culturais e gastronômicas. Nos dias livres, gosta de explorar novos restaurantes e participar de eventos ao ar livre, como ir ao MAM (Museu de Arte Moderna da Bahia). Ela também está em busca de alguém que compartilhe seus valores, tenha um estilo de vida ativo e aprecie encontros genuínos, seja para um passeio cultural ou um momento relaxante na orla de Salvador. Bem-sucedida, descolada e em busca de conexões reais. Parece a bio de alguém em um perfil de relacionamento?
Sim, e é isso mesmo. O perfil típico de quem usa o aplicativo de relacionamento Inner Circle foi traçado com base em dados de interesse dos soteropolitanos, divulgados este mês pela plataforma, que possui uma série de filtros e utiliza algoritmos para encontrar alguém com as mesmas preferências, sem chance para que os opostos se atraiam. Ainda conforme o levantamento, sete em cada 10 usuários querem um relacionamento sério (77,3%). Somente 16,2% querem um encontro casual. Amizade e Network, o interesse é menor ainda: apenas 3%.
“A gente percebe que as pessoas estão muito mais conectadas, no entanto, tem valorizado encontros para além do digital. Você tem hoje um app para todo tipo de intenção e vai depender muito do que as pessoas estão querendo naquele momento”, afirma o gerente de Marketing para a América Latina do Inner Circle, Rafael Horta.
Rafael Horta
gerente de Marketing para a América Latina do Inner CircleA pesquisa Dating Salvador ouviu 572 usuários cadastrados no aplicativo, que apontou também que faixa etária média é de 36-40 anos (22,2%) e 45+ (20%). Além disso, 54,4% são mulheres e 45,5%, homens. Mais de 88% são heterossexuais e 45,5% usam o app algumas vezes por semana. Mais da metade preferem relacionamentos monogâmicos (51,6%).
“Acreditamos que os relacionamentos fluem muito melhor quando você divide aí os mesmos interesses. Seja se sentar no bar com os amigos, se exercitar na atividade que mais gostam, pessoas que gostam de arte, de cultura, apaixonadas por cinema, festivais de música. No fim, elas buscam conexões que complementem seus estilos de vida”, complementa.
Horta destaca que os aplicativos de relacionamento e os algoritmos evoluíram muito em termos avanço dos filtros e na adaptação e melhoria das suas funcionalidades. Hoje o aplicativo conta ainda com 80 opções de categorias como viagem, esportes, leitura, filmes e gastronomia. Globalmente no app são 6 milhões de usuários e o Brasil é o principal mercado. O Inner Circle tem planos a partir de R$ 79,90. Diante de tantos algoritmos empenhados em encontrar a outra metade da laranja, tem segredo para o match ideal e o date dos sonhos?
“O fundamental é que o perfil seja autêntico. É que você consiga traduzir na sua bio, nas suas fotos, quem você realmente é, qual o seu estilo de vida. A gente sugere sempre postar fotos que contenham uma história. Que elas não sejam simplesmente uma selfie em um ambiente sem traduzir de verdade do que realmente é e gosta. E, além de tudo, é estar disposto, é trocar, conversar e a realmente levar essa experiência para o mundo fora da tela”, recomenda.
Se antes bastava um mach online, a tendência no mundo dos aplicativos de relacionamento agora está a promoção de experiências offline, como acrescenta Rafael Horta. E as orientações de segurança contra fraudes e golpes são as de sempre: marcar o date em locais movimentados e avisar sempre a alguém de confiança sobre o encontro. Outra recomendação é prestar atenção ao tipo de conversa, se a outra pessoa evita dar informações pessoais ou se ela está pedindo informações demais suas. Confie na sua intuição: se perceber algo estranho, não arrisque.
“A gente tem seguido essa tendência de promover experiências tanto online quando offline. Atividades diversas como o grupo de corrida, porque isso é uma grande paixão que mapeamos entre os nossos usuários. Já fizemos eventos também em uma sessão de cinema, outra paixão, que aparece bastante entre as preferências. Fato é que as pessoas querem se unir, a partir dos espaços que elas circulam”.
A estudante de Direito Hermínia Avancini, 24 anos, usa aplicativos de relacionamento há 6 anos. A primeira vez foi o Tinder, mas ela sentia falta de conexões com pessoas com quem tivesse mais interesses em comum.
“Hoje priorizo um app que não seja um mero ‘cardápio de pessoas’. Posso dizer que já tive a sorte de encontrar alguns ‘matchs’ perfeitos, mas o que eu espero de um aplicativo de relacionamentos é que ele possa criar situações propícias para encontrar conexões valiosas”.
Para a psicóloga, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Mindfulness, Bárbara Guimarães, os aplicativos oferecem a promessa da abundância, de ambiente de inúmeras possibilidades, e isso pode ser bastante sedutor.
“A sociedade hipermoderna vive dois lados. De um lado, a escassez do amor-romântico, da alma gêmea, do felizes para sempre, o par ideal. De outro, a abundância das infinitas possibilidades. São contratos fluidos, diferentes formas de se relacionar”, comenta.
O que se busca seja dentro ou fora do app é mesmo as conexões. “Percebo que as diferentes pessoas querem coisas diferentes, tanto num relacionamento como num app de relacionamento. A pessoa pode entrar em um aplicativo porque quer romance, amizade ou só sexo. Fato é que a conexão é uma necessidade humana e vamos sempre buscar satisfazer essa necessidade”, completa.