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Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2024 às 06:45
Daniela Mercury foi criticada após arremessar um banco durante um show na Casacor 2024, encontro que reúne arquitetos, designers de interiores e paisagistas, em Salvador. O vídeo viralizou nas redes sociais no fim de semana.
A peça era um dos lançamentos do evento, e a empresária Tati Mandelli, fundadora da Tidelli, empresa responsável pela criação da peça, publicou um vídeo em que se disse ofendida pela cena.
'Ela recebeu um produto nosso que está lá em exposição na Casacor, uma peça de lançamento, uma banqueta de bar, e arremessou ela como se lixo fosse. Eu gostaria de dizer para essa senhora, que se diz artista, que na verdade a Tidelli emprega 700 pessoas na Região Metropolitana de Salvador. Faz um produto que vai para dois lugares do mundo, e que nem ela e nem ninguém pode jogar como se fosse lixo', disse a empresária.
A empresária continua: "Lixo mesmo é essa cantora que não tem elegância, nem respeito às pessoas. Vão dizer que nós, empresários, não sabemos tratar os artistas. E os artistas, sabem tratar os empresários com respeito?"
Em tom de humor, a cantora publicou uma 'carta aberta ao meu futuro amigo, o banco' no seu Instagram e disse que 'não foi nada pessoal', mas que se sentiu desrespeitada pela permanência do móvel no palco após o início do seu show.
'Fiquei bem chateada da minha equipe não ter tirado você dali. O palco é meu templo, pô, meu lugar de expressão artística. Foi ali que entramos num impasse, mesmo sem nos conhecermos: era eu ou você', disse.
Daniela denunciou o machismo por não ter o pedido atendido para a retirada do móvel.
'Não parece, mas muita gente tem resistência em receber ordem de mulher. Aí eu te pergunto, como se estivéssemos em uma mesa de bar, banquinho: Se fosse um artista homem, íam desdenhar dos meus pedidos repetidamente?', questionou.
A cantora ironizou a situação em que foi flagrada, se chamando de 'a Rainha dos memes', em referência a outra vídeo que chamou atenção nas redes sociais quando aparece dando bronca em um folião em pleno Carnaval.
'Só nós mulheres sabemos o que passamos para liderar e sobreviver no selvagem mundo masculino. Aí quando reagimos como eles, somos chamadas de loucas e querem nos queimar, como fizeram com as bruxas. Pois vou dizer: se todas as mulheres fossem 'loucas' ao menos uma vez na vida, já estaríamos sendo respeitadas e teríamos posição de igualdade com os homens. Cada mulher que se impõe, nos liberta', escreveu.
Leia a carta na íntegra:
O meu novo ABRE E FECHA (a Rainha dos memes).
Carta aberta pro meu futuro amigo, o Banco:
Querido Banquinho, veja bem, não foi nada pessoal. Eu nem te conhecia até ontem à noite. Fiquei bem chateada da minha equipe não ter tirado você dali. O palco é meu templo, pô, meu lugar de expressão artística. Foi ali que entramos num impasse, mesmo sem nos conhecermos: era eu ou você. Eu tinha que começar o show e você não se movia… Nem dançava, nem cantava, nem se recolhia (como devia ser). Eu chamei um assistente, chamei outro, ninguém se movimentava.
Banquinho querido, você foi testemunha que eu pedi para tirar você dali, né? Não fui atendida porque certamente banco é uma palavra masculina. Não parece, mas muita gente tem resistência em receber ordem de mulher. Aí eu te pergunto, como se estivéssemos em uma mesa de bar, banquinho: Se fosse um artista homem, íam desdenhar dos meus pedidos repetidamente?
Só nós mulheres sabemos o que passamos para liderar e sobreviver no selvagem mundo masculino. Aí quando reagimos como eles, somos chamadas de loucas e querem nos queimar, como fizeram com as bruxas. Pois vou dizer: se todas as mulheres fossem “loucas” ao menos uma vez na vida, já estaríamos sendo respeitadas e teríamos posição de igualdade com os homens. Cada mulher que se impõe, nos liberta.
Eu me libertei ontem tirando você, banquinho ( nada pessoal, repito!) do meu palco. Não foi sua culpa, banquinho. Mas você estava me impedindo de começar a minha performance como eu havia planejado. Entao, querido banquinho, pela sua resistência (você é muito forte), decidi comprar você e deixar no centro da minha sala como símbolo do meu empoderamento e da minha liberdade.
Meninas, façam como eu, peguem seus banquinhos e atirem eles se for preciso, mas não deixem ninguém dizer o que você pode ou não pode fazer. Nunca deixem! CADA MULHER QUE SE IMPÕE, NOS LIBERTA. Um beijo carinhoso para você, meu banquinho preferido.