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Dadá do PCE: fuga de presídio em Eunápolis foi provocada para libertar chefe de facção local

Homens armados com fuzil invadiram o Conjunto Penal e trocaram tiros com policiais penais

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 09:28

Ednaldo Pereira Souza, o Dadá, chefe do Primeiro Comando de Eunápolis Crédito: Reprodução/Seap

Dezesseis detentos escaparam do Conjunto Penal de Eunápolis, no sul da Bahia, na fuga registrada no presídio na noite dessa quinta-feira (12) após homens armados invadirem o local, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). A ação criminosa tinha como objetivo a liberação de um preso em específico: Ednaldo Pereira Souza, o Dadá, que chefia a facção conhecida como Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). Após trocar tiros com policiais penais, os invasores foram até a cela de Dadá, mas liberaram também outros membros da facção.

“Tudo foi por volta das 23h, quando eles invadiram o conjunto fortemente armados. Não temos informação de quantos foram até o momento, mas boa parte deles estava armado com fuzil, o que dificultou a ação da segurança. Após entrarem, eles foram no Pavilhão B, na cela de Dadá. Porém, como na área tem outra cela onde estavam integrantes da facção, abriram mais uma, que era vizinha”, conta uma fonte, que prefere não se identificar. Uma das armas, inclusive, teria sido deixada no local.

A fonte não soube detalhar, porém, como os bandidos acessaram as celas e liberaram os internos. Os outros 15 presos que fugiram foram identificados pela Seap como Sirlon Risério Dias Silva, Mateus de Amaral Oliveira, Geifson de Jesus Souza, Ednaldo Pereira Souza, Anderson de Oliveira Lima, Altieri Amaral de Araújo, Anailton Souza Santos, Fernandes Pereira Queiroz, Giliard da Silva Moura, Rubens Lourenço dos Santos, Valtinei dos Santos Lima, Romildo Pereira dos Santos Thiago Almeida Ribeiro, IIdário Silva Dias, Isaac Silva Ferreira e William Ferreira Miranda.

Foragidos são procurados pela polícia por Divulgação / Seap

Uma fonte policial, que terá o nome preservado, explica o risco que a fuga de Dadá e seus comparsas representa para Eunápolis e o sul da Bahia. De acordo com ele, o traficante promove homicídios e terror há pelo menos 10 anos e protagoniza uma ‘guerra intermunicipal’.

“De dentro da cadeia, ele já representava risco porque a gente sabe que, de uma forma ou de outra, conseguia dar ordens. Aqui fora, a situação é ainda pior porque vai querer mostrar força voltando para as ruas. Eunápolis e Porto Seguro sabem do terror que ele causa. Por anos, o PCE e o Mercado do Povo Atitude (MPA), facção de Porto Seguro, derramaram muito sangue por aqui”, conta o policial com atuação na região.

Diversos crimes de homicídios são atribuídos a Dadá, que teria ordenado execuções brutais em Eunápolis, Porto Seguro e até em outras cidades do sul para obter o poder do tráfico de drogas. Até o momento, nenhum dos 16 detentos fugitivos foi capturado.