CV avança em Itaparica e reduz domínio do BDM no sul da ilha

Moradores apontam para dezenas de comunidades tomadas pelo grupo criminoso

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  • Wendel de Novais

Publicado em 19 de março de 2024 às 16:00

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CV ocupou região sul da ilha Crédito: Reprodução

Novo foco da facção do Comando Vermelho (CV), localidades da região sul da Ilha de Itaparica já são ocupadas por integrantes da organização criminosa. Além de Jiribatuba, ocupada nos últimos dias, o grupo tem ramificações em locais como Aratuba, Divinéia, Berlinque, Cacha Pregos e Catu, de acordo com fonte ligada à polícia. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver dezenas de homens armados presentes na região fazendo sinais em referência à facção.

“O que já é de conhecimento da polícia é que eles estão na área mais distante de Bom Despacho [sul] na ilha. Não dá para saber o porquê de estarem avançando por lá, mas o fato é que várias localidades ali já tem o CV estabelecido. São lugares em que antes o Bonde do Maluco [BDM] estava na frente do tráfico de drogas, mas a situação virou”, explica a fonte, sem se identificar.

A reportagem teve acesso a diversos vídeos do grupo armado do CV na região sul da ilha. Segundo informações, por conta do avanço dos homens armados na ilha, a polícia reforçou as rondas na área e acabou entrando em confronto com os criminosos. No tiroteio, os integrantes do CV acabaram fugindo, mas um deles teria deixado um celular onde estavam os vídeos que registraram as ações de invasão do CV em localidades onde o BDM atuava.

Procurada, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) não confirmou a ocorrência, mas ressaltou que “o policiamento na região é realizado pelo 23º BPM que, diuturnamente, realiza rondas, abordagens e operações de acordo com a mancha criminal, visando coibir ações criminosas”. Mesmo com a ação da polícia, os homens do CV seguem na ilha e há temor que novos confrontos aconteçam.

“Pelo que a gente viu e ouviu sobre essa chegada deles [integrantes do CV] aqui, o medo é que só tenha sido o começo. Já enfrentaram o BDM e trocaram tiros com a polícia. São capazes de tudo e a gente está no meio”, desabafa um morador, que se preocupa com o impacto da organização criminosa na vida dos moradores da ilha.