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Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 22:27
Três crianças indígenas venezuelanas da etnia Warao, refugiados no Brasil e residentes em Feira de Santana, estão com desidratação, desnutrição e suspeita de pneumonia. Segundo a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA), o estado de saúde das crianças, com idades entre um e três anos, foi identificado nesta semana. >
Ainda de acordo com a DPE, um adulto do grupo morreu no mês passado vítima de complicações da pneumonia. Atualmente residem na vila em Feira de Santana 52 Waraos, sendo 40 crianças. >
Em nova vistoria realizada pelo órgão, o defensor público Maurício Moitinho verificou que o município somente pagou o aluguel de dois dos indígenas e não fornece cestas básicas há quatro meses. O atraso no aluguel já passa de três anos. Segundo a DPE, apesar do Município alegar normalidade, os indígenas refugiados da Venezuela continuam sob alto risco social. >
A Defensoria acompanha o caso dos indígenas Warao desde a sua chegada no ano de 2020. O defensor explica que o Município colocou os indígenas em pequenas casas, dentro de uma vila, mas o pagamento do aluguel está irregular, o que aumenta o risco de despejo.>
“Apesar de a Prefeitura afirmar normalidade e cumprimento das demandas, a situação permanece gravíssima entre os(as) Warao”, informou em nota Moitinho.>
“Judicialmente, foi instaurado um procedimento de apuração de dano coletivo para verificar a extensão das violações. O que estamos pedindo não é favor, é obrigação da Prefeitura de Feira de Santana efetivar a lei nacional de migração, até porque o Município recebe recursos da União para cumprir a política migratória, e não está havendo o pagamento do aluguel social dessas pessoas”, afirmou o defensor público em nota.>
A Fundação Nacional do Índio (Funai) expediu um relatório sobre a moradia destes indígenas e nele aponta a ausência de infraestrutura nas residências que possuem fornecimento inadequado de alimentação, além da barreira de acesso à educação e à saúde.>
A DPE/BA esteve reunida esta semana com entidades da sociedade civil, inclusive o Movimento da População em Situação de Rua de Feira de Santana, para atualizar as informações acerca da situação dos indígenas refugiados e discutir possíveis estratégias aos problemas encontrados.>
O CORREIO procurou a prefeitura de Feira de Santana para comentar a situação e aguarda retorno.>