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Criadores vendiam até cobras pela internet e enviavam pelos Correios na Bahia

PF começou a investigar o grupo após encontrar cargas vivas nos Correios de Simões Filho

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2024 às 08:07

Criadores que vendiam animais pela internet e enviavam pelos Correios
Criadores que vendiam animais pela internet e enviavam pelos Correios Crédito: Divulgação/PF

A Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão contra uma rede criminosa de criadores clandestinos de animais, nesta terça-feira (28), em Serrinha. Durante a operação, foram apreendidos animais que eram criados pelos suspeito para venda, com envio, de forma fraudulenta, pelos Correios. A investigação teve início após serem apreendidos diversos répteis na Agência Central dos Correios, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).  Até o momento, foram resgatadas 12 cobras.

A Polícia Federal informou que, no decorrer da apuração, foi constatada a existência de uma rede criminosa formada por criadores clandestinos de animais, da fauna silvestre e exótica, que comercializava as espécies através da internet e utilizava o serviço postal para realização da sua entrega. Registra-se que o tráfico de animais, silvestres ou exóticos, causa enorme prejuízo à fauna brasileira, criando graves desequilíbrios ambientais, inclusive em ecossistemas protegidos, podendo expor determinadas espécies ao risco de extinção.

Alguns répteis exóticos comercializados pelos investigados, caso soltos, além de ameaçar às espécies nativas da região, podem transmitir parasitas nocivos e desencadear o surgimento de novas doenças no país, segundo a PF. As cobras do gênero píton, por exemplo, sendo natural da Ásia, podem dizimar a fauna local, por viverem 30 anos, não terem predadores no Brasil e serem capazes de reproduzir-se por si só.

A operação, denominada Ojuara, contou com a participação da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) e do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que é vinculado ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Federal da Seção Judiciária da Bahia, tendo os animais aprendidos sido encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Inema, para reabilitação e, quando possível, devolução a natureza. Os investigados pela comercialização dos animais irão responder pelos crimes de tráfico e maus-tratos de animais; introdução de espécime animal no país, sem autorização; receptação e falsidade ideológica. As penas, somadas, podem chegar a 12 anos de reclusão.