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Wendel de Novais
Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 05:00
O corte orçamentário que reduziu em R$ 13 milhões o aporte de custeio da Ufba em 2024 deve afetar a maneira como a universidade utiliza água, energia e aplica manutenção nos seus equipamentos ao longo do ano. A defasagem não é novidade, já que desde 2016, a instituição aponta para cortes recorrentes no dinheiro que tem para custeio. Até por isso, quando questionada, a Ufba afirma que seguirá implantando ações de redução de custo nos serviços citados acima. >
“A defasagem orçamentária acumulada nos últimos anos vem obrigando a Universidade a adotar, de modo permanente, medidas de austeridade na gestão de todos os seus contratos. [...] Nesse sentido, medidas visando a redução de despesas com água e energia e limitações aos principais contratos de serviços terceirizados - entre os quais vigilância, recepção e limpeza -, inicialmente implementadas de forma excepcional, acabaram se incorporando ao dia a dia”, diz a Ufba, em nota. >
Com o corte, a Ufba terá em 2024 um orçamento 7% menor em relação ao ano passado. Enquanto, em 2023, o orçamento de custeio foi de R$ 186,3 milhões. Neste ano, ele cai para R$ 173,2 milhões. O orçamento de custeio, que foi afetado pelo corte, se refere aos recursos aplicados em despesas com contratos de prestação de serviços, aquisição de materiais de consumo, diárias, passagens, bolsas e benefícios aos estudantes. Se difere, por exemplo, do orçamento de capital, que é aplicado em construções, instalações e aquisição de equipamentos e materiais permanentes. >
Mesmo com os cortes no orçamento referente a bolsas e benefícios, a Ufba garante que não haverá cortes no auxílio que dá aos estudantes. “As bolsas e auxílios são prioridades da gestão da Universidade e serão mantidos. Grande parte desses benefícios integra a rubrica de assistência estudantil, que teve seu valor aumentado em cerca de 15% em relação a 2023, totalizando R$ 42,5 milhões”, completa a universidade. >
Há, no entanto, uma incerteza sobre a aplicação de R$ 8,7 milhões desse montante, que é condicionado à abertura de crédito adicional pelo Governo Federal ao longo do ano, algo que pode não acontecer caso haja frustração de receitas. Isso impediria, por exemplo, a ampliação de ações afirmativas por parte da Ufba. Paulo Miguez, reitor da universidade, descarta, ainda, qualquer paralisação em suas atividades por conta do corte. >
“A Ufba, em hipótese alguma, paralisará suas atividades em função das restrições orçamentárias. Resistiremos! Ao informar sobre a delicada situação orçamentária em que se encontra, a universidade busca sensibilizar a sociedade e seus representantes, alertando para a importância fundamental da Universidade para o desenvolvimento social da nação [...]”, declara Miguez.>