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Coroa de flores é colocada no Pelourinho após morte de turista em desabamento de igreja

Guias de turismo fizeram protesto por maior preservação do patrimônio histórico de Salvador

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 13:42

Protesto foi realizado nesta manhã
Protesto foi realizado nesta manhã Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Uma coroa de flores foi instalada em frente à Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho, em homenagem à Giulia Panchoni Righetto. A turista de 26 anos morreu após ser atingida pelo desabamento de parte do teto do templo, na última quarta-feira (5). Guias de turismo realizaram um protesto cobrando maior preservação do patrimônio histórico de Salvador durante a manhã desta terça-feira (11). 

Cerca de 30 pessoas participaram do ato no final desta manhã. Eles carregavam uma coroa de flores e cartazes, que foram colocados em frente ao templo religioso, que permanece fechado. A Polícia Federal (PF) investiga o desabamento e não descarta a possibilidade de homicídio na morte da turista.

O escritor e compositor Clarindo Silva, uma das personalidades mais conhecidas do Pelourinho, lamentou a morte da jovem e cobrou mais atenção aos patrimônios tombados. "Estamos fazendo uma declaração de amor a esse lugar, que apesar de ter sido tombado, tem recebido poucos investimentos", disse. Clarindo citou outros pontos do Centro Histórico que apresentam danos estruturais. 

Entre eles, imóveis localizados na Ladeira da Montanha, Ladeira do Carmo e Baixa dos Sapateiros. "Nós precisamos ver o Pelourinho como o coração dessa cidade", cobrou. Os guias turísticos que participaram do protesto lamentaram o impacto do desabamento de parte da igreja, a mais visitada do Pelourinho. 

Guias lamentam a morte de jovem paulista vítima do desabamento
Guias lamentam a morte de jovem paulista vítima do desabamento Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

"Não acredito que os turistas vão deixar de vir ao Pelourinho porque a igreja está fechada. Mas é como se a cereja do bolo não estivesse mais aqui", lamentou Ana Lavigne, que guia visitantes na região há 23 anos. Ela reforçou o que colegas já haviam dito: o desabamento não foi uma surpresa. 

"A única explicação para isso ter acontecido é o descaso. A igreja deveria ter sido interditada quando perceberam o problema. Por acaso, não foi um de nós que morreu, mas poderia ter sido", completou Ana Lavigne. Uma reportagem do CORREIO, publicada após o desabamento, revelou que guias recebiam queixas de turistas sobre a conservação do templo com frequência. 

Imagens registradas por turistas na semana passada mostram que o teto da Igreja de São Francisco tinha dilatações em diversos pontos. O historiador Rafael Dantas explicou que as dilatações no teto era, indícios de que o local precisaria passar por reformas. "São afastamentos dos retábulos de madeira. Isso acontece porque alguma coisa se soltou. As madeiras podem ter se separado por questão de cupim ou umidade, por exemplo", disse. 

Dilatação no teto era visível antes do desabamento
Dilatação no teto era visível antes do desabamento Crédito: Reprodução

Em um dos cartazes, Giulia Panchoni Righetto, vítima do desabamento, foi comparada à Joana Angélica, uma das heroínas da Independência da Bahia. "Giulia: como os Malês, como Joana Angélica, tu és mais uma mártir da nossa história. Descanse em paz", foi escrito. 

A visita de uma equipe técnica iria acontecer no dia seguinte ao desabamento. Funcionários do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fariam uma vistoria após um pedido do frei Pedro Júnior Freitas da Silva, responsável pelo templo. Por enquanto, não há previsão para reabertura da  Igreja de São Francisco de Assis, que passará por reformas. 

Desabamento 

O desabamento de uma parte do teto central da Igreja São Francisco de Assis, no Pelourinho, deixou uma jovem de 26 anos morta e mais cinco feridos na tarde de quarta-feira (5). A tragédia, que aconteceu em um dos cartões-postais de Salvador, causou comoção entre moradores e visitantes da capital baiana.

O acidente aconteceu entre 14h30 e 15h. A igreja era aberta para visitação e tinha o interesse de muitos turistas. A entrada custa R$ 10. Segundo guias que estavam no local, no momento da ocorrência, houve um estrondo que assustou quem passava pela região.

Giulia Panchoni Righetto, em foto de 20
Giulia Panchoni Righetto morreu durante o desabamento Crédito: Reprodução Facebook

Em setembro de 2021, o Iphan foi condenado a realizar obras de recuperação, conservação e manutenção da Igreja e Convento de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador. A autarquia federal se tornou ré de ação após a Comunidade Franciscana da Bahia, dona do imóvel, alegar não ter recursos para realizar obras emergenciais.

A decisão, a qual o CORREIO teve acesso, aponta que perícia realizada em 2018 apontou problemas no "pavimento superior, na clausura, no depósito, na biblioteca, no elevador, na varanda superior do imóvel, nas peças e madeiras e elétrica com fiação aparente, na cobertura, na varanda do pavimento superior, na rede pluvial, na fachada e na estrutura do imóvel".