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Hilda Francine Almeida revelou que apanhou por horas antes de cair de prédio
Wendel de Novais
Publicado em 13 de junho de 2024 às 16:00
A queda do 5º andar de um prédio da Paralela, no último domingo (9), foi o extremo de uma rotina de agressões que Hilda Francine Almeida, 29 anos, sofreu em Salvador. Ela acusa Igor Costa Campos, 39, preso após o caso, de tê-la espancado por horas dentro de um apartamento. Hilda conhecia Igor há pouco mais de um mês, mas conta que ele começou a monitorá-la, restringindo até as suas saídas do apartamento onde os dois estavam morando.
“Acho que eu só saí duas vezes sozinha que foi para ir ao mercado que é bem do lado [do prédio]. Sempre ele monitorava tudo, eu não podia nem falar com a minha família que ele olhava todas as mensagens. Sempre olhava tudo e até meu chip ele mudou de Maceió para cá, tanto é que eu estou usando na linha dele. Mudou tudo na minha vida”, conta Hilda. Ela, que é natural de Alagoas, veio para Salvador para morar com Igor após conhecê-lo.
Em um primeiro momento, a relação não parecia apresentar perigo para Hilda. De acordo com ela, porém, ele começou a tratá-la mal e mostrar sinais de agressividade com o tempo. Ela conta ainda que as agressões começaram de forma verbal e foram se acentuando até que, na madrugada do dia da ocorrência, ele a atacasse com socos, chutes e cabeçadas.
“Ia fazer um mês e duas semanas, a gente se conheceu no dia 4 de maio. As agressões começaram de forma verbal, ele gritava comigo e me esculhambava muito. Ele não batia em mim por causa da gravidez, mas a agressão verbal, física e mental acontecia o tempo todo. Eu não podia sair sem ele. Se eu saísse um instantinho, era ligação de vídeo, eu tinha que mandar localização”, completa a jovem.
Hilda diz que estava grávida e que, na queda, acabou perdendo o bebê. Além disso, ela relata que teve fraturas na coluna, na bacia e na perna esquerda, e que teve todos os dedos do pé esquerdo quebrados. Por conta de cabeçadas, Hilda recebeu 22 pontos na testa e quebrou um osso das nádegas. A Polícia Civil foi procurada para confirmar a gravidez, mas respondeu apenas que o caso está sob investigação pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Igor responde por lesão corporal dolosa.