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Wendel de Novais
Publicado em 15 de julho de 2024 às 15:48
O conserto do carro que foi destruído por integrantes da Torcida Uniformizada Os Imbatíveis (TUI) durante confusão em um bar com dois jogadores do Vitória vai custar até R$ 15 mil. O veículo, que passou por avaliação na tarde desta segunda-feira (15), teve a chaparia, os vidros, retrovisores e outras peças danificadas. Quem confirma o valor dos reparos é Luciana Ribeiro, proprietária, que estava no local quando mais de 10 homens invadiram, bateram nos jogadores e vandalizaram o seu carro.>
Ainda de acordo com ela, o veículo foi ‘todo quebrado’, mas a direção da TUI se comprometeu a pagar os prejuízos. Não há, no entanto, um acordo oficial para isso. "Quebrou meu carro todo, vai ser um conserto grande. Porém, a TUI me ligou e se comprometeu a pagar todo o reparo que vai precisar ser feito. Isso me conformou, apesar de todo o transtorno que tive", afirmou Luciana, que prestou queixa na 10ª Delegacia Territorial (DT). Segundo ela, ao menos 14 peças terão de ser trocadas ou recuperadas após o vandalismo. >
A princípio, a investigação da polícia avalia apenas o crime de dano, considerando a denúncia de destruição do carro. Ainda assim, o presidente da TUI, Gabriel Oliveira, foi intimado a partir da informação de que a ação foi orquestrada pela torcida organizada. O Vitória repudiou, em nota, a ação da organizada, mas não há, ainda, uma manifestação dos dois jogadores, Dudu e Rodrigo Andrade, após agressões relatadas por quem estava no bar. Não há também nenhum aceno da TUI para pagar os prejuízos causados no carro de Dudu.>
Advogado criminalista, Ricardo Cathalá analisa que, do ponto de vista penal, a responsabilidade, inicialmente, seria do grupo de pessoas que destruiu o veículo. Ele pondera, porém, que caso fique comprovado que a TUI incentivou ou auxiliou a ação, a torcida organizada também deve ser responsabilizada. >
“Os entendimentos atuais, lastreados na Lei Geral do Esporte, apontam no sentido de que a torcida organizada e seus dirigentes respondem solidária e objetivamente pelo comportamento danoso de seus membros dentro do estádio e em seu entorno. Este mesmo entendimento é aplicado aos clubes de futebol”, explica o advogado. >
Luciana conta que passou no bar apenas para comprar um refrigerante porque é amiga do proprietário. O local estava fechado, mas, como ela, assim como Rodrigo Andrade, é amiga do dono, entrou e começou a conversar com todos. Dudu chegou minutos depois e se juntou ao grupo, que estava assistindo a final da Copa América. Porém, na hora que os homens da TUI chegaram, Rodrigo estava no banheiro e conseguiu se esconder. >
Dudu não teve a mesma sorte e acabou espancado pelos torcedores organizados. “Na hora, foram para cima dele [Dudu], que acabou trocando soco com os rapazes e conseguiu pular o muro para fora. Mas tinha mais gente lá e pegaram ele. Teve soco, paulada, golpes com barras de ferro. Foram muito agressivos, Dudu só conseguiu fugir porque é um atleta”, relembra Luciana. >
Ainda segundo ela, quando Dudu conseguiu fugir a pé, os torcedores voltaram para quebrar os carros. A reportagem procurou o Vitória para saber do estado de saúde do volante e recebeu que a direção do clube aguarda a sua reapresentação para saber.>
A agressão aconteceu em um bar que fica na Rua Artêmio Castro Valente, a mesma onde fica o estádio do Barradão.>
Veja abaixo na íntegra a nota do Vitória sobre o caso: >
O Esporte Clube Vitória é uma instituição democrática que reconhece sua responsabilidade social e repudia qualquer atitude que ultrapasse os limites do respeito, da segurança e da paz. >
O incidente envolvendo os atletas Dudu e Rodrigo Andrade na noite deste domingo (14) será tratado internamente, em conjunto com a diretoria e demais envolvidos. >
Ressaltamos que não consideramos a violência como resposta para qualquer situação. Por isso, buscaremos as melhores formas de resolução.>