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Presídio baiano que teve fuga de presos é administrado por empresa privada em contrato milionário

Reviver administra quatro presídios no estado, em contrato que custou R$ 239,1 milhões desde 2021

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 17:55

Conjunto Penal de Eunápolis
Conjunto Penal de Eunápolis Crédito: Divulgação Seap

O Conjunto Penal de Eunápolis, onde foi registrada a fuga de 16 detentos na noite da última quinta-feira (12), é administrado por uma empresa privada, a Reviver Administração Prisional Privada LTDA. Entre 2021 e maio de 2024, os governos petistas gastaram R$ 239,1 milhões com a operadora, que administra mais três presídios no estado.

Em maio deste ano, o CORREIO reuniu dados dos gastos que o Estado tem tido com empresas privadas que administram presídios. Na ocasião, o levantamento apontou que o gasto foi de R$ 370 milhões entre 2021 e maio de 2024. Além da Reviver, há parcerias com a Socializa Empreendimentos e Serviços e Manutenção e com a MAP Sistemas de Serviços LTDA. Confira matéria completa aqui.

A Reviver administra os Conjuntos Penais de Eunápolis, Serrinha, Valença e Juazeiro. 

A reportagem não conseguiu contato com a operadora do Conjunto Penal de Eunápolis. O Sindicato dos Policiais Penais e Servidores Penitenciários da Bahia (SINPPSPEB) foi procurado, mas não havia resposta até a publicação desta matéria.

Fuga

Dezesseis internos do Conjunto Penal de Eunápolis, no sul da Bahia, fugiram após homens armados invadirem o local e abrirem duas celas. A invasão ocorreu por volta das 23h dessa quinta-feira (12). Houve troca de tiros com os seguranças do presídio, mas todos os criminosos conseguiram fugir.

A ação criminosa tinha como objetivo a liberação de um preso em específico: Ednaldo Pereira Souza, o Dadá, que chefia a facção conhecida como Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). Após trocar tiros com policiais penais, os invasores foram até a cela de Dadá, mas liberaram também outros membros da facção.

Os 16 fugitivos do presídio acumulam 37 indiciamentos por mortes violentas em Eunápolis e municípios vizinhos, de acordo com documentos do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) ao qual o CORREIO teve acesso. Entre os crimes, estão, principalmente, homicídios qualificados, latrocínios, queimas de ônibus e até um assassinato de policial militar.