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Millena Marques
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 05:00
Seja por aplicativos de mensagens, SMS ou maquininha de cartão, o fato é que todo dia surge um golpe digital diferente. Há os mais sofisticados, como o 'Golpe de Presente de Aniversário', no qual são utilizadas máquinas fraudadas para pagamento de entrega, mas também aqueles que são mais simples, como o do telefone. Este é antigo e tem um apelo emocional: os golpistas ligam para as vítimas, se passam por parentes ou amigos e solicitam Pix. >
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), associação que atua por relações de consumo justas desde 1987, listou os oito golpes mais comuns praticados no Brasil. Para o delegado Delmar Bittencourt, titular do Laboratório de Inteligência Cibernética da Polícia Civil (Ciberlab), a disseminação desses golpes “é facilitada pelo amplo uso de smartphones e pela falta de conscientização sobre segurança digital entre a população.” A falta de educação digital, aliás, é o principal desafio para conter esse tipo de crime. >
WHATSAPP >
Geralmente, os golpistas se passam por uma pessoa conhecida da vítima pelo WhatsApp e pede dinheiro em Pix para o usuário. Essa é uma das formas de golpe mais comuns. Os criminosos conseguem os números de telefone em sites de anúncio ou em bancos de dados de vazamento. >
Os golpistas encontraram uma nova forma de enganar as vítimas utilizando o aplicativo de mensagens. Agora, eles também pedem a confirmação, por WhatsApp ou telefonema, de um número de verificação que será enviado via SMS. O que os usuários não percebem, no entanto, é que este é o código de autenticação do próprio aplicativo. A chave de acesso permite que um golpista conecte sua conta a um novo celular. A conta do aparelho da vítima é desconectada imediatamente. >
Dessa forma, os criminosos conseguem utilizar o aplicativo como se fosse a vítima. Nesse modelo de golpe, os golpistas solicitam dinheiro para pessoas próximas, com os dados bancários deles. >
TELEFONE >
Um dos mais antigos da lista, o golpe do telefone passa por constante atualização. Nesse tipo de golpe, os criminosos ligam para a vítima, dizem que é um parente, um amigo, e que necessita de dinheiro urgentemente. Geralmente, utilizam o sequestro como uma estratégia para comover as pessoas. Então, após receber uma ligação dessas, procure imediatamente a pessoa real para descobrir se é uma tentativa de crime ou não. >
SMS >
O golpe da mensagem do celular, SMS, também um dos mais antigos da lista. Como muitas empresas, bancos e redes sociais ainda utilizam essa tecnologia, os criminosos também continuam utilizando para cometer os atos ilícitos. Nesse caso, que é similar ao golpe do WhatsApp, o golpista envia uma mensagem no celular da vítima solicitando códigos para acessar o Wpp ou aplicativo do banco da pessoa. >
Com esse acesso, os criminosos conseguem se passar pela vítima, solicitam dinheiro, fingem que que vendem produtos, invadem contas bancárias e fazem transferências e empréstimos. >
ENTREGA DE ANIVERSÁRIO ou GOLPE DO DELIVERY >
Os entregadores chegam na casa da vítima com uma cesta de chocolate ou qualquer outro produto que não foi solicitado, mas afirmam que é um presente. Eles solicitam ‘apenas’ o pagamento da entrega. A maquininha utilizada está fraudada e a vítima faz um pagamento acima do que o entregador sugeriu. Esse tipo de golpe geralmente acontece em datas comemorativas, como aniversário, Dia Internacional da Mulher, entre outros. >
GOLPE DO CARTÃO POR APROXIMAÇÃO >
Uma das tecnologias implementadas na pandemia da covid-19, o pagamento com cartão de aproximação evita que as pessoas se encostem nas maquininhas. A crise sanitária passou, mas o modelo continuou e caiu a graça dos criminosos. Os golpistas aproximam uma máquina de cartão perto do bolso das vítimas, que nem percebem a movimentação. Geralmente, esse tipo de golpe acontece em lugares muito cheios, como metrô e no Carnaval. >
GOLPE DA MAQUININHA >
O criminoso frauda a maquinha de cartão e pode cometer o crime de duas formas: passa um valor acima do aparece na tela ou clona os dados do cartão da vítima. Dessa maneira, ele consegue um valor a mais do que você acredita que pagou e pega seus dados para futuras compras. >
ROUBO DE CELULAR >
Após roubarem o celular, os criminosos utilizam os aplicativos de bancos para fazer transferências bancárias e até mesmo empréstimos. Os golpistas geralmente conhecem as falhas de segurança dos sistemas operacionais e de aplicativos e, por isso, conseguem invadir os aparelhos das vítimas. >
GOLPE DO ATENDENTE DE BANCO >
O golpista liga para vítima se passando por uma atendente de banco, passa algumas informações sobre a conta bancária do usuário e, após adquirir confiança, solicita um valor em Pix para confirmar alguma operação no nome da vítima. >
A reportagem solicitou à Polícia Civil o número de golpes digitais registrados na Bahia e em Salvador no ano passado. O órgão, no entanto, informou que contabiliza apenas dados de estelionato virtual. O prazo mínimo para retorno é de cinco dias úteis. Em outubro do ano passado, o DataSenado, instituto de pesquisa vinculado à Secretaria de Transparência do Senado Federal, revelou que 24% dos brasileiros foram vítimas de golpes digitais nos últimos 12 meses. Os dados fazem parte da 21ª edição da Pesquisa Nacional.>