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Gilberto Barbosa
Publicado em 11 de julho de 2024 às 07:00
O sonho do intercâmbio faz parte da vida de diversos jovens que desejam explorar novas fronteiras e ter uma troca cultural a partir do contato com pessoas de outros países. Apesar disso, essa oportunidade não é oferecida de forma igualitária para todos os estudantes, sendo restrita a um pequeno grupo com condições de bancar os custos da experiência.
Foi pensando nisso que a jovem Dhena Pinheiro, 18 anos, criou a Brazilian Youth Academy (BYA), organização não-governamental que oferece mentoria para estudantes de baixa renda que vão participar de projetos acadêmicos fora do Brasil. No último mês, a fundação completou um ano de existência.
“Eu e Aloísio [Cavalcanti, co-presidente da BYA] começamos a construir a fundação em abril do ano passado e, em dois meses, lançamos a público. O nosso objetivo é democratizar o acesso a oportunidades internacionais para estudantes de escolas públicas de baixa renda, tanto aqueles que estão no ensino médio quanto pessoas que já se formaram e precisam de auxílio em alguma área em que oferecemos programas”, relata Dhena.
No começo, a empresa ofertava mentoria para os estudantes participarem de simulações da Organização das Nações Unidas (ONU), chamadas de Model United Nations (MUN), nas universidades de Harvard e Yale, nos Estados Unidos. Nesses encontros, alunos de todos os níveis de ensino, em diferentes países do mundo, interpretam diplomatas, congressistas e outras autoridades debatendo os problemas dos países designados a cada um deles.
“Esses eventos ocorrem em janeiro e tem pessoas do mundo inteiro durante até duas semanas nas universidades. O aluno lida com milhares de pessoas de todos os lugares, estuda e aprende sobre diplomacia, além de ter uma experiência internacional e de networking”, afirma a co-presidente.
A atuação da BYA se expandiu e atualmente seis tipos de mentorias são ofertadas para os estudantes: treinamentos para cursos de verão em universidades americanas, cursos de inglês e espanhol, intercâmbios, workshops, eventos sociais e parcerias em festivais de educação. Dhena conta que, apesar de ter base em Salvador, a organização tem atuação em todo o território nacional.
O número de alunos varia por modalidade: são quatro vagas para os intercâmbios, dez para a mentoria da MUN e 25 para os ‘Summer Camps’ e intensivos de inglês e espanhol. Ainda segundo ela, as primeiras turmas dos cursos de verão foram compostas por alunos que já haviam feito a mentoria das simulações da ONU e que novas turmas ainda serão abertas ao público.
“É essencial que o aluno estude ou tenha se formado em escola pública. Caso você tenha cursado em escolas particulares, mesmo como bolsistas, não será possível acessar as mentorias. Além da orientação, a viagem deles é custeada por nós e cobre toda a permanência no local”.
Ao todo, a equipe é composta por 32 voluntários que atuam divulgando o nome da instituição nos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Cerca de seis mil estudantes foram impactados pelas atividades da empresa, que inclui uma ação em parceria com a Prefeitura de Salvador para a realização de programas de treinamento com alunos da rede municipal, a partir do 8º ano do ensino fundamental.
“O Brasil é um país abundante em jovens com talento, conhecimento e vontade de fazer a diferença, mas que não conseguem por diversos motivos, sejam econômicos ou familiares. A BYA existe para passar esperança para as pessoas, olhar nos olhos e dizer que acredita nelas”, diz Dhena.
Quem quiser se inscrever em algum dos programas ofertados deve acompanhar as redes sociais da BYA (@brazilianya), onde são divulgados os editais dos processos seletivos. Dhena conta que a abertura da seleção da mentoria para a MUN, em Harvard e Yale, está prevista para este mês, ainda sem data divulgada, com as aulas começando em agosto. "As modalidades abrem em sequência, conforme os editais em vigor são encerrados. A gente para entre novembro e abril porque estamos terminando as turmas e reestruturando o processo seletivo".
*Com orientação da subeditora Monique Lôbo