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Larissa Almeida
Publicado em 29 de outubro de 2024 às 11:11
Na primeira vez que visitou o Brasil, em 2021, a comissária de bordo belga Maru Marrero veio disposta a conhecer o idioma. Ela chegou a ouvir falar da primeira santa brasileira, mas não deu tempo de conhecer a história. Um ano depois, durante viagem a Salvador com o marido, a moradora de La Hulpe – um município da Bélgica próximo da capital Bruxelas – tratou de reparar o passado e se debruçou na história de Santa Dulce dos Pobres. Se encantou tanto que, desde então, visita a capital baiana todos os anos para ajudar nas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).
“Eu fiz a visita ao antigo Memorial e fiquei impressionada com essa pessoa tão carismática, precursora e inspiradora de valores. Eu não acreditava que as pessoas, gerações depois, ainda faziam de tudo para ajudar a continuar as obras que ela fazia. Foi então que eu perguntei se poderia fazer voluntariado para ajudar e deu certo. Ano passado foi a primeira vez que estive aqui fazendo voluntariado e foi uma dessas coisas que mudam a vida da gente”, relata.
Em 2023, Maru ficou responsável por atender os visitantes do Memorial provisório. Ela ajudava aqueles que falavam inglês, espanhol, francês e alemão. Neste ano, integrou a equipe do Abraço Acolhedor, um projeto da Osid que acolhe os pacientes e acompanhantes que chegam em Salvador vindos do interior do estado ou de regiões mais distantes, auxiliou o Bazar e outras ações sociais, como a distribuição de brinquedos para crianças carentes no último Dia das Crianças e a distribuição de café para dependentes alcóolicos.
A vontade de ajudar, segundo ela, surgiu pelos ensinamentos aprendidos com a trajetória do Anjo Bom da Bahia. “Ela é uma inspiração para mim. É uma mulher que tinha determinação e nos mostrou que tudo é possível com amor, carinho, atenção e dedicação. Essa é a mensagem principal dela”, frisa.
O fim da temporada de voluntariado deste ano coincidiu com o evento de pré-lançamento da reabertura do Memorial Santa Dulce dos Pobres, que passou por requalificação, modernização e ampliação da expografia. Para Maru, a data foi simbólica, visto que foi no Memorial onde sua devoção começou.
“Eu não poderia ir embora sem visitar esse lugar tão importante. Acho que o evento no Memorial é uma mensagem para eu voltar no ano que vem, retomar esse trabalho e contar a vida de Santa Dulce para as pessoas que ainda não tiveram a sorte de saber que ela pode mudar a vida de todos”, afirma.
Ela garante que vai espalhar o legado da santa baiana pela Europa. “Fico triste por ir embora. Um pedaço de mim fica aqui, mas eu levo para casa também um pedaço de Salvador, da gente e de Irmã Dulce. Vou falar da sua obra, que é o legado maior que ela nos deixou, inspirando esperança e fé para todas as pessoas que não têm muito para viver, mas que ainda assim acreditam que podem fazer a diferença com o amor”, finalizou.