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Wendel de Novais
Publicado em 11 de abril de 2024 às 12:19
A guerra entre as facções do Bonde do Maluco (BDM) e do Comando Vermelho (CV) faz moradores deixarem suas casas na localidade da Baixa de Mirantes, em Mirantes de Periperi, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Na noite de quarta-feira (10) e na madrugada desta quinta-feira (11), os dois grupos entraram em confronto após a chegada de homens armados do CV no local. Já na manhã, era possível ver moradores de saída, afirmando que vão deixar o local de maneira provisória por causa dos tiros. >
"Vi vizinhos com mudas de roupa na cabeça, empurrando galinhota com as coisas mais importantes com medo de acabarem mortos por bala perdida. Teve muito tiro e eu também não vou ficar. Estou vendo com minha família a possibilidade de ficar uns dias na casa de alguém porque o negócio está feio aqui", conta um morador, que prefere não se identificar por medo de represálias.>
Procurada, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) confirmou tiroteios e a morte de um morador, mas não mencionou o confronto entre grupos armados no bairro. O homem baleado durante a noite de confrontos foi identificado como Reginaldo Pereira Santos, de 50 anos, morador do bairro. No fim dos confrontos, de acordo com a PM, os populares informaram a localização do morador, na Rua Quarta Travessa Lindaura Borges. A vítima foi socorrida para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu aos ferimentos. A autoria dos disparos será investigada pela 3ª DH/BTS.>
Uma fonte da polícia, que prefere não informar cargo e nome, afirmou que a troca de tiros acontece entre o BDM e o CV, além de destacar que moradores da Baixada de Mirantes foram obrigados a ajudar os criminosos presentes no local.>
"O CV, que está invadindo, está ficando escondido em uma área de vegetação, perto de um campo que tem ali. Eles trocaram tiros a noite inteira e depois se esconderam. Quando foi de manhã, saíram e foram nas casas, onde obrigaram os moradores a dar café e alimento a eles", conta a fonte. .>
A invasão às casas dos moradores é mais um motivo para que eles deixem o local. O principal, porém, é a violência do confronto registrado nas últimas horas no bairro. A fonte da polícia aponta que a guerra entre as facções chegou a seis horas. "Eles já estavam se organizando e você ouvia tiros antes, mas o pau quebrou mesmo às 21h. Quando começou, foi tiro e até explosão de granada. Só foi parar mesmo às 3h da manhã. Claro que não era tiro o tempo todo, mas o confronto tinha algumas pausas e depois os tiros voltavam", relata.>