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Gilberto Barbosa
Publicado em 3 de outubro de 2024 às 05:10
Na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA), o ritmo foi ditado pela música brasileira. Entre os aplausos do público, os integrantes da Opaxorô Companhia de Dança, ligada a Apae Salvador, apresentaram o espetáculo “O Corpo Ancestral”, em comemoração aos 56 anos da entidade, na noite da última quarta-feira (2). >
Cerca de 17 dançarinos se apresentaram no TCA, entre integrantes da companhia e convidados que dançaram ao som de ritmos tradicionais como MPB, samba, pagode e carimbó. Todos tiveram chance de brilhar, uma vez que o espetáculo intercalou as apresentações em grupo e em duplas com performances solo. >
“O espetáculo aborda a ancestralidade, com a representação de dez povos originários, contando a história do povoamento do Brasil e da formação da população. Esse é um trabalho que mostra a verdade deles e fomos procurar o que era o desejo de ser expressado. Eles são muito atentos nessas questões e esse espetáculo permite que falem sobre”, pontuou o coordenador de artes da APAE Antônio Marques. >
Além da dança, a Opaxorô conta com um grupo de teatro e uma banda, que abriu a noite com um ‘pocket show’ com um repertório composto por clássicos do axé. O público do teatro foi composto por familiares dos artistas e funcionários da Apae. Ao final do evento, os artistas foram aplaudidos de pé pela audiência. >
“Eu me senti muito bem porque foi uma cena que representou os povos tradicionais. Eu amo dançar e adorei me apresentar hoje. Agradeço muito o apoio de todos, porque isso é algo que a gente merece. Eu me amo e quero mostrar isso para o povo. Que eu sou capaz”, disse Ana Carolina Mota, 19, que abriu a apresentação de dança. >
“Foi uma experiência de muito amor e muita alegria, onde mostramos a nossa dedicação e força. A arte é para isso, o palco é onde eu me sinto mais concentrada e determinada. O sentimento no final foi maravilhoso, não só por mim como por toda a equipe, que é incrível”, completou Débora Gil, 34. >
A apresentação foi viabilizada após a Apae Salvador vencer um edital, possibilitando o uso da Sala do Coro na noite desta quarta. A superintendente executiva da APAE Ângela Ventura contou que devido à proximidade com o aniversário da instituição, celebrado nesta quinta (3), a ocasião foi oportunizada para a comemoração. >
“Eu estive aqui na última semana e, durante a visita, me dei conta da possibilidade de celebrarmos essa data tão especial. Esse é o resultado do nosso trabalho, que é feito para esses meninos sejam reconhecidos juntos à sociedade. Eles se apresentam em eventos como convidados e, hoje, conseguimos mostrar para o público o que é feito na Apae”, reforçou. >
Mais que marcar o aniversário da Associação, o espetáculo representará a Bahia no Festival Nossa Arte, que reúne todas as Apaes do Brasil e será realizado entre os dias 5 e 11 de dezembro, no Rio de Janeiro. A Apae soteropolitana venceu a concorrência de outras unidades baianas durante o festival estadual da entidade, realizado em maio de 2023, em Guanambi. >
“Trazemos esse corpo com o qual eles têm a vivência dos seus antepassados, da trajetória e das danças populares. São várias músicas que falam sobre essa relação ancestral, a partir de ritmos tradicionais, como o samba e o carimbó, que nos permite viajar por esses universos e ressaltar a ancestralidade”, explicou a educadora social Márcia Andrade. >
Durante a comemoração, o presidente da Apae Salvador Derval Evangelista discursou para os presentes e enfatizou a importância da instituição. “A Apae Salvador atende mais de 400 mil pessoas com suporte nas áreas de assistência social, educação e saúde, visando a inclusão. Não nos contentamos em ser apenas uma referência no presente e estamos comprometidos com o futuro, buscando novas formas de atender e acolher, garantindo que as pessoas com deficiência sejam sempre protagonistas de suas histórias”, finalizou.>
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela>