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Bruno Wendel
Publicado em 11 de agosto de 2024 às 12:51
Acusado de matar a delegada Patrícia Neves Jackes Aires, o companheiro dela, preso em flagrante neste domingo (11), já tinha sido detido por agressão a ela em Santo Antônio de Jesus, onde a vítima trabalhava e residia. Antes do São João deste ano, o acusado, identificado como Tancredo Neves Feliciano de Arruda, foi levado à delegacia com base na Lei Maria da Penha, depois de ter quebrado um dos dedos da esposa.
Segundo moradores da cidade, o companheiro da delegada, morta aos 39 anos, foi solto após a própria vítima pedir sua liberdade. Logo depois, o casal passou a ser visto na cidade. Patrícia, inclusive, o apresentava como marido e médico. No entanto, há informações de que o acusado se formou em Medicina fora do país, mas não tinha sido aprovado no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), realizado anualmente para validar diplomas médicos expedidos por universidades fora do Brasil.
Informações dão conta ainda de que ele já tinha agredido Patrícia outras vezes. A vida conturbada do casal era conhecida pelos vizinhos e pela própria polícia, que foi acionada mais de uma vez para ir à residência após brigas. O acusado teria, ainda, um histórico de violência contra outras mulheres.
Embora a Polícia Civil não tenha informado as circunstâncias da morte da delegada, vestígios de sangue foram encontrados na casa dela, no Condomínio Residencial Vila Olímpica, bairro do Cajueiro.
Em nota, a Polícia Civil informou que o acusado foi autuado em flagrante por feminicídio, após o corpo da vítima ser encontrado no banco do carona do seu veículo, em uma área de mata, no município de São Sebastião do Passé. Fontes ligadas à polícia disseram que havia diversas contradições no depoimento dele.
A Polícia Civil da Bahia disse que lamenta "profundamente a morte da servidora, que estava lotada no plantão da Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus, e informa que está empenhada com todos os seus departamentos para esclarecer plenamente as circunstâncias do caso e realizar todas as providências de polícia judiciária cabíveis".
A nota diz ainda que a delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito, "compartilha o luto com família e amigos". "Um dia de muita tristeza na nossa instituição, com uma trágica perda para todos nós. Estamos dedicando todos os nossos recursos e esforços para dar a resposta necessária a esse crime terrível contra Patrícia Jackes", declara..