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Wendel de Novais
Publicado em 30 de abril de 2024 às 06:30
Os furtos de fios, roubos a pedestres e ‘fogueiras’ recorrentes no Canela impactam a vida de moradores do bairro. Além de se assustar com os crimes na ‘porta de casa’, quem vive nas imediações da Cracolândia do Canela – chamada assim por moradores entrevistados – passou a não ter sossego para realizar atividades a pé, presencia quase diariamente o uso de drogas na região e enfrenta até problemas respiratórios por conta da fumaça gerada por fogueiras acesas em áreas verdes do bairro, onde suspeitos queimam a fiação furtada de prédios e ruas das imediações. >
É o caso de um morador, que prefere não se identificar, e vê na família os impactos da fumaça de fio queimado que entra pelas janelas de residências quase todos os dias. “A fumaça entra toda aqui e acontece quase todos os dias, sendo a maioria das vezes à noite. Não dá para ficar com as janelas todas fechadas por conta do calor, mas a fumaça que vem é muito forte e tóxica. O pessoal daqui de casa tosse direto, porque fica inalando isso por vários dias”, conta o morador, que tem medo de se identificar. >
Os casos são registrados, principalmente, no Viaduto da Gabriela e no Vale do Canela, em frente ao antigo Colégio Odorico Tavares. Pedro Araújo, presidente da associação de moradores AMO Canela, relata que, por vezes, é possível ver pessoas carregando portões inteiros retirados de prédios instalado nas imediações do Vale. >
"A gente tem casos emblemáticos de pessoas carregando grades pelo meio da rua, retiradas de lugares como antigas agências bancárias e até campus da Ufba. Vira e mexe, havia denúncias desses furtos e a polícia retornava que não poderia fazer nada por não saber de onde foram retirados esses itens. Então, fica aquele jogo onde não sabemos a quem recorrer e a sensação constante de impunidade porque são sempre as mesmas pessoas", reclama o presidente da AMO Canela. >
Procurada para se posicionar sobre a situação, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) informou em nota que o policiamento é realizado pelo 18º BPM, mediante o emprego de viaturas que realizam rondas diuturnamente, com o apoio de equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT) Rondesp BTS. >
A PM-BA salientou ainda que o cidadão deve registrar as ocorrências na delegacia para que a corporação trabalhe a partir dos dados estatísticos de cada área e que a região conta ainda com o apoio de diversas unidades, como os Batalhões de Polícia de Pronto Emprego Operacional (BPeo). As denúncias podem ser feitas pelo 190 ou 181. >
Mesmo com a possibilidade, Artur Barachisio, morador das imediações do Vale do Canela, afirma que a situação acaba com o sossego de quem mora no local. “Retirou a paz de quem mora no entorno do Vale e paz de todos os moradores dos bairros que a Cracolândia beira. Como síndico do meu condomínio, recebo reclames constantes dos vizinhos que moram de frente para esses terrenos abandonados. Ou seja, esse problema custou a paz do síndico”, completa ele. >
A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) foi procurada para comentar o assunto e informou que "o patrulhamento na região foi reforçado pela Polícia Militar e as ações de inteligência ampliadas pela Polícia Civil. Destaca ainda que movimentações suspeitas podem ser informadas através dos telefones 190 (Cicom) e 181 (Disque Denúncia)".>
Já a Polícia Civil também foi procurada para informar os registros de furtos de fio e de roubos no Canela, mas informou que dados estatísticos precisam ser solicitados ao setor responsável e o prazo mínimo para retorno é de cinco dias úteis.>