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Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2023 às 18:11
Uma ação civil pública, por danos coletivos à comunidade afro-brasileira, será movida contra a Caixa Econômica Federal por mais de 30 advogados e advogadas afros da Educafro Brasil na Bahia. Com a presença do fundador e diretor-executivo da organização educacional, Frei David, o grupo realizará um ato simbólico nesta segunda-feira (31), às 10h30, em frente ao edifício-sede da Justiça Federal em Salvador, situado no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Na ação, a Educafro requer uma indenização de R$ 49,5 milhões por parte da Caixa, em razão do episódio de racismo contra o empresário negro Crispim Terral de Souza, na agência bancária localizada no Relógio de São Pedro, na Avenida Sete de Setembro, no bairro do Dois de Julho, em 2019. O valor seria destinado a bolsas de estudo para pessoas afros no Brasil e no exterior.
Segundo o grupo, até o momento, não houve condenação alguma aos acusados — inclusive, encontra-se parado o processo movido contra o policial militar responsável por ter dado um 'mata-leão' em Crispim. "Absurdamente, não [houve condenação]. Por isso, nós acolhemos esse caso, para chamar a atenção da Justiça da Bahia no mundo inteiro", explicou Frei David.
Relembre o caso
O empresário Crispim Terral de Souza foi vítima de racismo ao ter sido expulso de uma agência e retirado à força pela Polícia Militar (PM), que atendia um chamado da gerência da unidade, no Relógio de São Pedro, na Avenida Sete de Setembro, em Salvador. A ação, que ocorreu em 19 de fevereiro de 2019, foi toda gravada, e as imagens, divulgadas em uma rede social do empresário. Crispim é proprietário da Farmácia Terral, em Salinas das Margaridas, no Recôncavo baiano.
O homem denunciou que, depois de ter esperado, por mais de quatro horas, para receber um atendimento na agência, o gerente pediu que ele se retirasse. Com a negativa do cliente, o funcionário acionou a PM. Um policial teria atendido a ordem do gerente, que afirma, em vídeo, que "só sai com ele [Crispim] algemado". A ação foi registrada pela filha da vítima, que acompanhava o pai, e repercutiu em todo o país.