Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Com correnteza forte, mergulhador desaparecido teria sido pressionado a fazer o serviço

'Dono começou a falar que ele mesmo ia ter que descer', conta uma fonte; Williams da Silva Teixeira está sumido há 18 horas

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 11:00

Williams da Silva Teixeira, 54 anos
Williams da Silva Teixeira, 54 anos Crédito: Reprodução

O mergulhador Williams da Silva Teixeira, 54 anos, que prestava serviço para uma terceirizada da concessionária da Ponte Salvador-Itaparica e desapareceu no mar na tarde dessa segunda-feira (16), teria sido pressionado a fazer o serviço. Williams sumiu por volta das 14h, quando a Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) foi acionada e iniciou as buscas.

Com a vítima, estavam mais três mergulhadores para fazer a sondagem e inspeção de âncora de duas balsas no local. Os três desceram antes de Williams, mas só chegaram a 15 metros de profundidade e voltaram por conta da maré.

A reportagem ouviu uma fonte, que prefere não se identificar, e conta que a correnteza estava forte, mas que o dono da empresa terceirizada teria pressionado os mergulhadores a fazerem o serviço. “Na hora que os três voltaram, o dono começou a falar que ele mesmo ia ter que descer. Os mergulhadores falaram que só às 16h, mas ele [Williams] queria mostrar serviço para outras oportunidades e disse que ia tentar, mas não voltou mais. Ele fez porque houve pressão para realizarem o serviço”, completa a fonte.

Willians ainda teria descido sem os equipamentos adequados quando sumiu. O CORREIO obteve informações de que, ao fazer um mergulho de cerca de 40 metros de profundidade, ele estava sem os sistemas de ar necessários para mergulhos tão fundos.

A fonte detalha: “O equipamento estava completo no barco, mas, ao invés de trabalharem com três sistemas de ar, que é o correto em mergulhos dessa profundidade, estavam apenas com um, que é chamado de reserva. Os mergulhadores suspeitam que o ar acabou e ele não percebeu a tempo”, conta a fonte.

A informação inicial da fonte é que Williams precisava estar com o oxigênio de compressão, que é bombeado da embarcação para o mergulhador. No entanto, ele só estaria com o oxigênio extra, que teria acabado. A concessionária da Ponte Salvador-Itaparica foi questionada pela reportagem sobre qual empresa seria a terceirizada responsável pela contratação de Williams. No entanto, o nome da terceirizada não foi informado pela assessoria, que explicou apenas que o consórcio para construção da ponte é formado pelas empresas CHEC Dredging e Concremat.

Experiente

De acordo com a família, Williams tinha mais de 40 anos de mergulho, mas eles não sabiam que ele tinha ido trabalhar. Filha do mergulhador, Laís Teixeira, 31 anos, conta que os parentes só foram informados do desaparecimento dele às 22h, oito horas depois do sumiço. “Chegou um cara da empresa lá e avisou, mas não quis dar mais informações, não prestou qualquer apoio e nem quis dizer o nome da empresa”, relata.

O mergulhador está desaparecido há mais de 20 horas, mas as buscas seguem em alto-mar com Bombeiros e a Marinha. A reportagem aguarda o retorno da concessionária responsável pela ponte, que é uma obra lançada pelo governo do estado e cujas primeiras sondagens começaram no início deste ano.

Em nota, a Marinha informou que a operação de busca e salvamento foi retomada no começo da manhã desta terça-feira (17) e que visa localizar o mergulhador de 54 anos, que desapareceu enquanto realizava uma atividade de inspeção na âncora de uma balsa em operação na Baía de Todos-os-Santos, a cerca de 3 milhas náuticas da Ponta de Humaitá, no interior da BTS.

"Desde que o ocorrido foi comunicado, estão sendo empreendidos todos os esforços necessários à localização do profissional. É válido destacar que as buscas seguem padrões técnicos e consideram os efeitos de correntes de deriva e ventos observados na área", complementa a nota.

A Capitania informou ainda que será instaurado um Inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) para apurar as causas e circunstâncias do acidente. Após a conclusão do procedimento, os documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo.