Com a presença ilustre do homenageado, Osba faz concerto em celebração a Caetano Veloso na Concha

A orquestra contou com a participação de Moreno Veloso, Lazzo Matumbi, Mariene de Castro, Mãeana e do coletivo Outras Vozes

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  • Millena Marques

Publicado em 7 de janeiro de 2024 às 22:24

Com a presença ilustre do homenageado, Osba faz concerto em celebração a Caetano Veloso
null Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Ao som de clássicos como Leãozinho, Você é Linda e Oração ao Tempo, a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) iniciou o concerto Beleza Pura - Homenagem Sinfônica a Caetano Veloso, projeto realizado na primeira edição do 18º ano do Domingo no TCA, na noite de ontem, na Concha Acústica.

A apresentação contou com direção musical de Moreno Veloso, filho de Caetano, e do maestro da Osba, Carlos Prazeres, com participaçoes especiais de Lazzo Matumbi, Mariene de Castro, Mãeana e de um coletivo de artistas baianos Outras Vozes, além da presença ilustre do próprio homenageado.

Com capacidade para 5 mil pessoas, a Concha ficou pequena para um espetáculo repleto de emoção e respeito por um dos maiores ícones da Música Popular Brasileira. Difícil definir o momento ápice do evento, quando, minutos antes da apresentação começar, o motivo da celebração apareceu.

Acompanhado da esposa, Paula Lavigne, Caetano foi ovacionado pelo público ao passar perto do palco. Embora tenha assistido o espetáculo distante da plateia, volta e meia recebia olhares de admiração de gente que fez questão de estar na Concha, no final de um domingo.

Caetano na Concha Acústica assistindo concerto da Osba
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A atriz e professora Márcia Andrade, 58 anos, passou 40 minutos na fila da bilheteria, mas nem se importou com o tempo, afinal, a existência de Caetano Veloso vale mais que isso. “A obra de Caetano Veloso é magnífica. É um brasileiro, um grande poeta e intelectual. Nós temos muitos motivos para estar aqui, celebrar a vida dele e as nossas”, disse Márcia, que prestigiou o espetáculo com um grupo de amigos.

Diferente de Márcia a professora Glaucia Andrade, 38, foi à Concha sozinha, mas não tão sozinha assim. “Ele é uma referência musical da minha família. Os meus tios me passaram esse amor por Caetano. Viver esse momento é como se fosse um retorno para o lar”.

A emoção também tomou conta de quem estava no palco, interpretando clássicos da obra do filho de Dona Canô. Lazzo Matumbi, responsável por cantar Força Estranha, de 1979, e Sim/Não, de 1981, comemorou fazer parte de uma homenagem para a lenda viva.

“Poder celebrar um ícone em vida é um luxo. Poder celebrar um ícone em vida com orquestra sinfônica é chique. Estou muito honrado com esse convite. Que nós possamos celebrar os nossos em vida”, frisou.

Mariene de Castro, por sua vez, resgatou composições de Caetano que mexeram com a sua memória afetiva durante a apresentação, a exemplo de Ofertório, canção querida por Dona Canô em novenas, e Minha Voz, Minha Vida. “São músicas que tocam a minha alma, tocam o meu coração”, contou.

No palco, Mariene fez questão de demonstrar o respeito e carinho por Caetano. “A Bahia te ama. A gente te ama. Tudo isso aqui é pra você”, disse ao músico.

Diretor musical do concerto e filho mais velho de Caetano, Moreno Veloso foi responsável por interpretar as canções Leãozinho e Você É Linda. Nos bastidores, o artista não escondeu a felicidade de participar da produção do espetáculo.

“Esse projeto é uma alegria. Estamos no verão, na Bahia, com a Osba, que é umas das melhores Orquestras sinfônicas do Brasil, indubitavelmente, homenageando essa obra que eu adoro. Tenho a sorte de fazer parte dessa família e da construção desse espetáculo”, comemorou.

Antes de finalizar a apresentação, o maestro Carlos Prazeres agradeceu a Caetano pela sua obra, fonte de inspiração para todos os artistas. “Muito obrigado por tudo. Todos nós, artistas, vemos em você uma inspiração única e divina. Muito obrigado”, finalizou.

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo