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Wendel de Novais
Publicado em 2 de abril de 2024 às 11:59
A colônia de gatos de Piatâ, que passa por operação para retirada e transferência dos animais nesta terça-feira (2), registrava até quatro abandonos por semana de pessoas que passavam no local e deixavam felinos, sem ração ou cuidados necessários. Tanto que, ao longo da operação de transferência, a expectativa é que uma média de 250 animais sejam transportados para a ONG Doce Lar, que vai acolher, vacinar e alimentar os animais até que sejam adotados.
O registro de abandonos é da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência e Proteção (Secis), que instalou câmeras na região para coibir a infração na colônia. No entanto, de acordo com Marcelle Moraes, titular da pasta, as imagens com flagrantes de abandonos foram entregues à polícia, mas não se converteram em um indiciamento dos responsáveis.
“Por semana, acontecia de três a quatro abandonos aqui. A gente tem câmeras de vídeo monitoramento, encaminhamos todas as imagens para a Polícia Civil, através da delegacia aqui de Itapuã, mas nenhuma medida foi tomada. A gente, inclusive, faz até um apelo para que a Polícia Civil se envolva, que abandono de animais é crime e a gente precisa tratar com seriedade”, reclama a secretária.
A Polícia Civil da Bahia (PC) foi procurada pela reportagem para informar se teve acesso às imagens citadas pela secretária e se investiga algum caso de abandono na colônia de Piatã. No entanto, não respondeu até o fechamento dessa reportagem.
Para evitar que o abandono aconteça, Marcelle afirmou que, mesmo após a remoção da colônia, haverá segurança no local para que novos animais não sejam deixados. “Infelizmente, não houve nenhuma medida da polícia civil. Todo o trabalho que cabia a nós da secretaria de proteção animal foi feito e vai continuar acontecendo mesmo após a saída da colônia daqui. A Guarda Municipal ficará aqui diuturnamente para inibir o abandono. É importante destacar que quem abandonar animais aqui, a partir de agora, será conduzido imediatamente à delegacia”, conclui a secretária.
De acordo com a Lei 9.605/98, artigo 32, a pena para quem comete o crime de maus-tratos aos animais é de três meses a um ano de detenção. Recentemente, a pena de violência contra cães e gatos aumentou para 2 a 5 anos de prisão. A pena é aumentada de um sexto a um terço se o crime causar a morte do animal. As denúncias podem ser realizadas através do Fala Salvador, no número 156.