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Esther Morais
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 09:17
Clínicas de serviços médicos e fisioterapia em Salvador são alvo de uma investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) por fraudar pedidos de reembolso para planos de saúde. A apuração aponta que, somente um dos investigados teria realizado, entre 2021 e 2024, mais de 500 pedidos de reembolsos, com solicitações médicas inautênticas. As solicitações resultaram em ganhos indevidos superiores a R$ 1 milhão.>
O direito ao reembolso ocorre quando o segurado realiza serviços com prestadores não referenciados pela operadora, mediante prévio desembolso e comprovação da despesa. No entanto, as investigações apontam que os pedidos foram formulados com documentos falsificados, incluindo notas fiscais adulteradas, solicitações médicas forjadas e registros de atendimentos inexistentes.>
As fraudes identificadas teriam ocorrido por meio da apresentação de comprovantes financeiros fictícios para justificar despesas que não foram realizadas. Além disso, foram detectadas requisições médicas fraudadas e manipulação dos registros de atendimento, com a inclusão de consultas e procedimentos em volume superior ao que seria possível realizar dentro do seu tempo médio de duração. >
Há também indícios de irregularidades tributárias, como o cancelamento de notas fiscais logo após a liberação dos pagamentos indevidos.
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O MP-BA cumpriu na manhã desta quinta-feira (13), por meio da ‘Operação Restitutio’, seis mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais das pessoas investigadas, em razão da possível prática dos crimes de estelionato, falsificação de documento particular, falsidade ideológica e uso de documento falso. O material apreendido será submetido a conferência e análise pelos promotores de Justiça e, posteriormente, encaminhado aos órgãos competentes para adoção das medidas cabíveis.>
A pedido do MP, a 2ª Vara Criminal Especializada da Comarca de Salvador também determinou a indisponibilidade bens e ativos dos investigados, que chegam a totalizar mais R$ 5 milhões. A operação é realizada por meio do Grupo de Atuação de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) e contou com o apoio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil. >