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Clínica e médico terão que indenizar família de mulher morta após cirurgia plástica? Entenda

Verusca Rendall de Carvalho, de 54 anos, morreu após realizar três procedimentos

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 05:00

Polícia Civil chegou ao local do crime por volta das 10 horas
Polícia Civil chegou ao local do crime por volta das 10 horas Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

A família de Verusca Rendall de Carvalho, 54, que morreu após ser submetida a três cirurgias plásticas de uma vez, poderá ser indenizada por danos morais e materiais na esfera civil. A vítima deu entrada na clínica Clinday, em Ondina, na manhã de segunda-feira (17), e sofreu uma parada cardíaca na madrugada de terça-feira (18). Segundo Nayhara Lamenha Lauria, advogada e professora de Direito, familiares podem buscar reparação na Justiça. 

Ainda é cedo para dizer qual foi a causa da parada cardíaca que Verusca Rendall sofreu após os três procedimentos estéticos. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) fará exames periciais para determinar o que provocou a morte da paciente. Independente do processo que deve ocorrer na esfera criminal, a clínica e o médico responsável podem ser alvo de processos indenizatórios. 

"O dano moral existe pelo sofrimento que foi causado à família. A indenização por dano material pode ser utilizada para cobrir despesas médicas e o funeral. Ainda é possível haver pensão por morte, se for comprovado que a vítima era provedora do sustento da família", explica a advogada Nayhara Lamenha Lauria. 

A especialista ressalta que o processo na esfera civil ocorre separadamente da esfera criminal. "Uma criminalização sendo deferida ajuda no processo civil, se eles andarem ao mesmo tempo. Mas nada impede o direito de petição. A indenização vai depender da reunião de provas e avaliação do juiz", completa. 

A Clinday disse, em nota, que possuía na unidade profissional médico e equipe de plantão. "A Clinday sempre ofereceu aos seus pacientes estrutura moderna, seguindo os mais rigorosos protocolos de qualidade, e contínuo compromisso com a segurança e qualidade no atendimento, visando assegurar que todos os processos sejam constantemente revisados para manter o mais alto padrão assistencial", afirma.

A clínica também informa que colabora com a investigação. "No momento, estamos colaborando integralmente com as autoridades para esclarecer os fatos com total transparência e que acompanhará de perto o acontecimento e todos os seus desdobramentos, a fim de garantir total conforto à família e a precisa elucidação do caso", completa. Veja o posicionamento completo abaixo.

O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) informou que instaurou uma sindicância sobre o caso. No entanto, a qualquer momento, a família pode fazer parte do polo ativo da demanda. "O Conselho irá dar prosseguimento aos ritos da apuração de acordo com o previsto no Código de Processo Ético-Profissional (CPEP). Esclarecemos ainda que todos os processos na autarquia federal tramitam em sigilo processual, respeitando o amplo direito de defesa e do contraditório. Por fim, havendo sanções públicas transitadas em julgado, serão disponibilizadas para conhecimento da sociedade", finaliza a nota.

Relembre o caso 

Verusca Rendall de Carvalho, de 54 anos, morreu após dar entrada em uma clínica de cirurgia plástica em Ondina, em Salvador, para realizar procedimentos estéticos. Três cirurgias foram realizadas no abdômen, mamas e pernas durante a segunda-feira (17). O procedimento teve duração de 15 horas.

O marido da vítima foi avisado que a paciente teve uma parada cardíaca depois da cirurgia por volta das 5 horas da manhã de terça-feira (18). Ela foi internada às 9 horas do dia anterior para realizar os três procedimentos de vez. As cirurgias de abdominoplastia, prótese de mama e retirada de gordura das pernas eram um sonho da paciente.

"Só o marido dela sabia que ela faria as três cirurgias de vez. Ela não quis contar porque sabia que o resto da família não iria aprovar", contou Soraia Carvalho, irmã da vítima. O episódio ocorreu na Clinday, em Ondina. Segundo a família, Verusca não tinha problemas de saúde. 

A Polícia Civil chegou por volta das 10 horas da manhã para fazer a retirada do corpo, quando familiares aguardavam a chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT). 

Durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (18), o perito criminal Edson Oliveira afirmou que a Clinday realizou os primeiros socorros adequados. "Eles [funcionários da clínica] utilizam os equipamentos de segurança, como desfibrilador, e medicamentos para tentar trazer a vítima de volta à vida. São profissionais habilitados para fazer esse tipo de procedimento, então, todo o esforço foi promovido", disse.

Veja a íntegra do posicionamento da Clinday

"A CLINDAY vem a público manifestar seu profundo pesar pelo falecimento de paciente atendida em sua unidade na manhã de hoje, dia 18/02/2025.

Com mais de 20 anos de atuação e mais de 10 mil procedimentos realizados, a Clinday sempre ofereceu aos seus pacientes estrutura moderna, seguindo os mais rigorosos protocolos de qualidade, e continuo compromisso com a segurança e qualidade no atendimento, visando assegurar que todos os processos sejam constantemente revisados para manter o mais alto padrão assistencial.

A Clinday também esclarece, em contraponto ao que vem sendo noticiado em alguns meios de comunicação, que possuía na unidade profissional médico e equipe de plantão, os quais, na manha de hoje, já prestaram todas as informações à autoridade policial.

No momento, estamos colaborando integralmente com as autoridades para esclarecer os fatos com total transparência e que acompanhará de perto o acontecimento e todos os seus desdobramentos, a fim de garantir total conforto à família e a precisa elucidação do caso.

Nos solidarizamos com a família, oferecendo toda nossa atenção e respeito, reafirmando nossa dedicação à ética, à medicina segura e a deferência a todos que confiam em nossa instituição.

Nos colocamos à disposição para os esclarecimentos que se façam necessários."