Ciclistas em Salvador são em maioria homens, da classe C e de 25 a 39 anos

Perfil dos ciclistas soteropolitanos foi divulgado em pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap)

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  • Larissa Almeida

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 08:00

Ciclistas no Rio Vermelho Crédito: Marina Silva/CORREIO

Apesar de a população de Salvador ter maioria feminina, os homens são maioria quando o assunto é ciclismo. Segundo a pesquisa Impacto Social do Uso da Bicicleta em Salvador, conduzida em 2023 pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), 66% dos ciclistas que pedalam na capital baiana são do sexo masculino, têm idade entre 25 e 39 anos e são da classe C.

Aqueles que possuem de 16 a 24 anos representam 25% dos ciclistas, correspondendo a 18% da população, sendo uma diferença de 7 pontos percentuais. Por outro lado, o grupo de 60 anos ou mais é maior entre a população de Salvador, com 20%, do que entre os ciclistas, com 7%, com uma distância de 13 pontos.

As principais razões que os levam a pedalar é a busca pela economia, saúde e otimização de tempo. No caso de Pedro Antunes, estudante de Comunicação, o amor pelo ciclismo surgiu desde a infância em Vitória da Conquista, onde era acostumado a utilizar a bicicleta como meio de locomoção, além de lazer com amigos. Atualmente, o modal passou a ser exclusivamente ferramenta de saúde, mas segue sendo o preferido.

“A bicicleta é meu meio de transporte favorito por me trazer a liberdade de me locomover para onde quero sem a dependência algo externo. Não preciso esperar o ônibus passar nem de dinheiro da passagem. Apesar de estar exposto às intempéries do clima e do trânsito, não acredito que haja um meio mais prático que este. O problema, principalmente em Salvador, são as distâncias que precisam ser percorridas para chegar nos lugares, que ficam ainda mais complicadas sem o suporte adequado”, afirma.

Para o mensageiro Leonardo Silva, 21 anos, a bicicleta serve unicamente para lazer. “Pedalo sempre no Rio Vermelho porque tem uma paisagem boa e uma tranquilidade que me traz calma. Gosto de praticar só para acalmar a mente e a alma, no máximo percorro 5 km”, conta.

Leonardo Lima pedala por lazer no Rio Vermelho Crédito: Marina Silva/CORREIO

De acordo com o cardiologista e médico esportivo Eduardo Lisboa, a bicicleta é recomendada por trazer inúmeros benefícios à saúde. “Pedalar regularmente fortalece o coração, melhorando sua eficiência e reduzindo o risco de doenças cardíacas, hipertensão e derrames. A atividade física constante promove a circulação sanguínea, ajudando a controlar os níveis de colesterol e triglicerídeos, fatores essenciais para manter o coração saudável”, diz.

A prática ainda melhora a capacidade pulmonar e aumenta a resistência física. “Isso significa que o corpo se torna mais eficiente em realizar atividades diárias com menos esforço. Essa prática também é fundamental para o controle do peso, prevenindo a obesidade, que é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares”, completa o especialista.

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo