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Chuva deixa moradores do Parque São Cristóvão ilhados por mais de 24 horas

Bairro alagou por conta do volume de água e da abertura das comportas da barragem do Rio Ipitanga I

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 9 de abril de 2024 às 11:24

Alagamento no Parque São Cristóvão
Alagamento no Parque São Cristóvão Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Nas ruas Deputado Luís Fraga e Norte II, no bairro do Parque São Cristóvão, em Salvador, o que se vê é água para todo lado. No local, que fica às margens do Rio Ipitanga I, a água subiu desde o último sábado (6), quando as chuvas começaram na capital. A situação piorou e, nesta terça-feira (9), o bairro acumula mais de 24 horas de alagamento, de acordo com moradores.

Fernando da Silva, 43 anos, mora na Rua Norte II, mais conhecida como Bate Coração. Ele conta que, apesar das casas terem batentes altos na porta, a água transbordou e invadiu as residências. Segundo o morador, por conta da situação, desde sábado ele, que é motorista por aplicativo, está sem trabalhar, já que não tem como sair da garagem com o carro sem correr risco de perder o veículo.

"A água subiu e a gente ficou alerta desde o sábado. Quando olhei na rua e vi que já estava acima do joelho, percebi que não dava para sair. Tirar o carro é correr risco de perder, com tanta água entrando. Então, a gente fica prejudicado de duas maneiras, tanto com a água que já entra dentro de casa, como no trabalho", fala ele.

Alagamento no Parque São Cristóvão
Alagamento no Parque São Cristóvão Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Maria de Souza, 75, sofreu até para conseguir comprar o pão do café da manhã na Rua Deputado Luís Fraga. Na ida e na volta, precisou pôr os pés na água para atravessar a região e levar comida para a casa. À reportagem, ela contou que se arrependeu de arriscar a ida na padaria mesmo com as notícias do alagamento pelo bairro.

"Era para ter ficado em casa ou só saído de carro. Com tudo alagado, eu quis sair ainda assim pra comprar um pão, para poder tomar café. Porém, não vale a pena ficar assim com água nas pernas, correndo risco de pegar doença. Os meninos aqui ficam passando e, infelizmente, corre risco de cairem doentes depois, porque é muita sujeira sendo arrastada pela água", fala Maria.

Além de prejudicar os moradores, a chuva afeta também os comerciantes do local. A maioria dos estabelecimentos permanecem fechados nas ruas afetadas pelo aguaceiro. Os comerciantes que abriram as portas precisaram limpar os locais por conta da sujeira levada pela água. Na área, o trânsito de veículos também é complicado e apenas alguns se arriscam a passar por dentro das ruas alagadas.

Os moradores aguardam a passagem da chuva para ver o Rio Ipitanga baixando e a água acumulada no bairro escoar.