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Chinês suspeito de agredir funcionários na BYD vai perder visto e voltar para país

Homem não trabalha mais na construção em Camaçari

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Esther Morais

Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 10:44

BYD
BYD Crédito: Divulgação

Pelo menos um dos funcionários demitidos por suspeita de agredir fisicamente trabalhadores na construção da fábrica em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), é chinês. O homem terá o visto cassado e deve voltar para o país asiático.

A identidade dele, no entanto, não foi divulgada. As informações foram confirmadas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial de Camaçari e Região (SINDTICCC).

A categoria esteve presente, na segunda-feira (2), em uma visita técnica que contou com a presença do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), o vice-presidente sênior da montadora chinesa no Brasil, Alexandre Baldy, e a CEO da BYD nas Américas, Stella Li, além do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT).

Ontem, Blayd já havia afirmado que, caso fossem comprovadas infrações, os responsáveis teriam seus vistos cancelados e seriam obrigados a retornar para a China. "O compromisso da BYD é com o Brasil, os brasileiros e com o respeito à legislação brasileira. Não se tolerará qualquer desrespeito à dignidade humana ou às relações entre pessoas", disse. 

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), disse acreditar na empresa chinesa. "Eu confio na BYD. Conversamos ontem (domingo), trouxemos tomadas e atitudes sobre o que foi denunciado. Eu confio e estarei ao lado para resolver todas as pendências ou qualquer tipo de denúncia que chegue até a gente", afirmou.

A BYD foi procurada para comentar as atualizações do caso, e a reportagem aguarda retorno. 

Denúncias trabalhistas começaram em abril

As denúncias de irregularidades nas condições de trabalho na planta da montadora de carros BYD, em Camaçari, começaram há mais de seis meses. Em abril, as reclamações já incluíam instalações sanitárias inadequadas, ausência de refeitório e falta no fornecimento da cesta básica, vale-transporte e água potável.

Segundo Antônio Ubirajara, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial de Camaçari e Região (SINDTICCC), a categoria visitou o local e constatou irregularidades. Depois se reuniu com as empresas envolvidas e apresentou uma convenção coletiva de trabalho, com cláusulas relativas à saúde, segurança e percentual de mão de obra a ser contratada no município. Na época, os envolvidos fecharam acordo e se comprometeram a resolver os problemas.

Quanto às denúncias de agressão e jornadas igual ou superior a 12h por dia, o sindicato informou que foi pego de surpresa pelos noticiários e não tinha conhecimento, mas está acompanhando a investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT). "Se confirmado, entraremos com uma ação judicial", afirma Ubirajara.

As condições de trabalho no local são apuradas em um inquérito aberto pelo MPT, após o recebimento de denúncias anônimas em 30 de setembro. Há relatos de violência física e registros de alojamentos aglomerados, mal iluminados e sem divisão entre homens e mulheres, além da falta de limpeza dos sanitários.