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Wendel de Novais
Publicado em 30 de março de 2025 às 05:00
A operação que envolveu forças policiais da Bahia e da Paraíba na sexta-feira (28) tinha um alvo prioritário: Joaquim Otávio da Silva Júnior. Preso na ação por um homicídio registrado em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, em 2003, o traficante entrou na mira da polícia por se tratar de um nome de peso no tráfico. Joaquim é chefe do Primeiro Comando Capital (PCC) na Bahia e na Paraíba, além de ser um grande fornecedor de drogas para a facção. >
Uma fonte policial envolvida na prisão do traficante explica que ele está na alta cúpula da organização criminosa, sendo um nome mais forte até que traficantes como Dona Maria. “Ele está acima dela na facção. Está vinculado ao PCC e fornece drogas para regiões na Bahia e na Paraíba, abastecendo as organizações criminosas do grupo dele desses locais”, conta o policial civil, que terá o nome e o cargo preservados nesta matéria.>
Outra fonte policial, envolvida no policiamento ostensivo da região sudoeste, explica que a atuação de Joaquim na distribuição de entorpecentes é longa. “A gente tem informações de ações dele no tráfico há pelo menos 20 anos, sendo sempre vinculado a essa parte de distribuição das drogas. Temos casos em que ele foi preso com uma quantidade robusta de drogas, mas há tempos que sabíamos que ele não estava por aqui”, fala o policial militar.>
Um exemplo é uma prisão de Joaquim ainda no ano de 2006. Na época, ele foi encontrado por policiais em posse de um pacote de 3,1 kg de cocaína no Terminal Rodoviário de Jequié, no sudoeste da Bahia. Na ocorrência, o traficante teria recebido a droga de um comparsa que viajou de São Paulo para o local. Com ele foi apreendido ainda R$ 4,1 mil em espécie. >
“Nessa época, a polícia estava na cola de Júnior, como ele é mais conhecido aqui na região, investigando uma rota que ele estabeleceu de tráfico entre o sul e o sudoeste da Bahia. De certa forma, ele sempre construiu essas ligações na distribuição das drogas”, completa o PM que tem anos de atuação no interior.>
A prisão em Jequié não é à toa. Investigações do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil (PC), dão conta que Joaquim ainda controlava o tráfico para o PCC nas cidades das regiões de Vitória da Conquista, Teixeira de Freitas, Ilhéus e Feira de Santana, além de municípios paraibanos, onde foi encontrado. >
Além de Joaquim, o filho, que estava acompanhando o pai, foi preso em flagrante por estar em posse de duas armas. Ao todo, oito endereços ligados a Joaquim na Paraíba foram verificados pelas equipes policiais, assim como quatro endereços na Bahia, nas cidades de Vitória da Conquista, Teixeira de Freitas e Jucuruçu, que também foram alvos de busca e apreensão.>
A operação contou com o apoio das equipes do Denarc em Vitória da Conquista e do Departamento de Polícia do Interior (Depin), por meio da 8ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin) de Teixeira de Freitas. O suspeito foi submetido aos exames de praxe e permanece à disposição do Poder Judiciário.>