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Esther Morais
Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 18:02
A CCR Metrô, concessionária responsável pelo metrô de Salvador, informou que os agentes envolvidos na abordagem que terminou com a morte de Edmar Santos Costa Moreira, na Estação Acesso Norte, foram afastados de suas funções operacionais até a conclusão das investigações. A suspeita da família é de que o homem teve uma parada respiratória devido à abordagem dos agentes. O caso aconteceu em 6 de janeiro, mas a causa da morte ainda não foi confirmada.
Em nota, a empresa ainda lamentou o falecimento de Edmar e informa que instaurou um procedimento interno de apuração dos acontecimentos no dia da ocorrência. "Desde o ocorrido, a concessionária colabora com as autoridades na investigação dos fatos, tendo cedido a elas a integralidade das imagens de suas câmeras internas", afirma.
A ocorrência foi por volta das 6h da manhã de 6 de janeiro. No entanto, os parentes só conseguiram confirmar o óbito 12 horas depois, às 18h, quando a irmã e o pai da vítima foram procurar Edmar no Instituto Médico Legal (IML). Os advogados da família, Pedro Fernandes e Dielson Monteiro, afirmam que nenhum órgão entrou em contato para avisar da morte, apesar do porteiro estar com os documentos.
O vídeo
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que um homem de camisa branca deixa um cooler no chão. Em seguida, Edmar aparece no local, pega o cooler e segue em direção ao ônibus. Um segundo homem vai atrás dele e puxa o cooler. Edmar tenta entrar no ônibus, mas começa uma briga e pessoas que estão no local imobilizam o porteiro.
Ainda nas imagens, é possível ver a chegada dos agentes de segurança da CCR Metrô. Eles levam Edmar para outro lado da estação, onde o porteiro resiste e acaba caindo no chão. Um dos seguranças algema Edmar e, em seguida, coloca os dois joelhos nas costas do rapaz. Ele fica por um minuto em cima do rapaz e só depois percebe que a vítima nao está mais se mexendo.
Um dos seguranças coloca uma luva e toca em Edmar, mas ele não reage. Cerca de 2min30s depois, um agente da CCR retira as algemas. Outro agente chega com uma cadeira de rodas, mas não usa. Outro segurança chega com uma maca, onde Edmar é colocado e levado para uma sala na estação. Do momento em que o porteiro parou de se mexer até sair na maca se passaram 10 minutos.
A concessionária narrou os instantes que anteceram a abordagem dos agentes. "O passageiro ingressou no terminal cambaleando e chega a cair ao chão, sendo ajudado por outras pessoas que estavam no local. Instantes depois, ele se envolve em uma briga com um vendedor ambulante dentro de um ônibus, sendo também agredido por terceiros. Ao constatar a confusão, os agentes de atendimento e segurança se dirigem ao local e contêm o passageiro, acionando, em seguida, a Polícia Militar e o SAMU", detalha.
Segundo a CCR Metrô, ao perceber que o passageiro teve um mal súbito, os agentes o conduziram para a sala de atendimento de primeiros socorros (APS), que conta com os equipamentos de reanimação e equipe treinada. Foi nesse local que o porteiro recebeu atendimento até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi acionado quando o passageiro estava em atendimento na sala de APS.
A a CCR informou ainda que instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias da ocorrência e os agentes já prestaram depoimento à polícia.