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Larissa Almeida
Publicado em 15 de novembro de 2024 às 20:33
Até o dia 9 de novembro de 2024, a Bahia tinha 231.603 casos prováveis de dengue, o que representa um aumento de 407,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 45.603 ocorrências do tipo. Desde o início deste ano, 157 pessoas morreram por conta da doença, segundo o Painel de Transparência da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), que divulgou os dados sobre a dengue na última quinta-feira (14).
De acordo com a infectologista Clarissa Cerqueira, o aumento expressivo de casos pode estar relacionado com as condições climáticas de chuva e calor. Além disso, ela aponta que o sorotipo prevalente da dengue também pode desencadear maior suscetibilidade à infecção. “Pode ser um sorotipo diferente do anterior que pessoas não têm imunidade específica. Isso pode justificar o aumento de casos e de notificações”, esclarece.
Quanto aos agravantes, o infectologista Claudilson Bastos afirma que os grupos mais suscetíveis são os idosos, crianças com menos de dois anos de idade, gestantes e imunossuprimidos. Ainda, há risco para pessoas que não se hidratam corretamente e para aqueles que têm comorbidades.
Além da dengue, o estado registrou 16.239 casos prováveis de chikungunya, com uma incidência de 114,8 casos por 100 mil habitantes. Esse número representa um aumento de 7,8% em relação ao mesmo período de 2023. No total, 335 municípios notificaram casos.
Segundo Bastos, o crescimento no número da doença também tem relação com as condições climáticas. “Quando chove pode acontecer o risco de coleta de líquido em ambientes inadequados, como, por exemplo, pneus, jarros de planta e tanques abandonados. Esses são meios adequados para multiplicação das larvas do mosquito”, afirma.
Já os casos de zika diminuíram em 2024. Ao longo do ano, foram notificados 1.134 casos, 33,3% a menos em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram computados 1,7 mil casos prováveis.
Para enfrentar os casos de dengue, chikungunya e zika, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) realiza, de 18 a 22 de novembro, a Semana Estadual de Mobilização contra as Arboviroses. Durante o período, diversas ações de conscientização e prevenção serão promovidas em todo o estado, com o objetivo de reduzir os focos do mosquito Aedes aegypti e engajar a população no combate a essas doenças.
Entre as principais atividades da semana de mobilização estão os mutirões de limpeza e as caminhadas de sensibilização, que serão realizadas em diversas localidades para conscientizar a população sobre a importância de eliminar criadouros do Aedes aegypti.
No dia 19 de novembro, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Divep) promoverá um treinamento específico para o Corpo de Bombeiros, capacitando-os a identificar e eliminar focos do mosquito. Já no dia 21, servidores estaduais de diversos órgãos serão capacitados para formar brigadas anti-Aedes, com o objetivo de instituir práticas preventivas nas rotinas das instituições.
A secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, destaca a importância da mobilização conjunta. “Precisamos da colaboração da população e de todas as esferas públicas e privadas para que esse combate seja eficaz e diminua o impacto das doenças transmitidas pelo mosquito. Estamos empenhados em garantir que todos os nossos municípios estejam preparados, e contamos com o apoio da sociedade na eliminação de focos. A prevenção é a nossa melhor arma e a hora de agir é agora”, enfatiza.
A diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro, reforça a necessidade de contar com a participação popular. “A participação da comunidade é essencial, especialmente em ações como mutirões de limpeza e eliminação de possíveis criadouros. Com a união de esforços, podemos enfrentar esse desafio e proteger nossas famílias”, finaliza.