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Caso Sara: interrogado, Ederlan Mariano joga toda culpa em Bispo Zadoque

Terceiro dia da audiência de custódia do caso foi encerrado

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 7 de maio de 2024 às 16:05

Sara e Ederlan estavam juntos há mais de dez anos
Sara e Ederlan estavam juntos há mais de dez anos Crédito: Reproduçao

O terceiro dia da audiência de instrução do caso da cantora gospel Sara Freitas, assassinada em outubro do ano passado, teve fim no início da tarde desta terça-feira (7). Por volta das 13h55, o interrogatório dos acusados quatro acusados de envolvimento na morte de Sara foi finalizado. O próximo passo é aguardar a decisão judicial que vai dizer se os réus irão ou não à júri popular, mas essa definição ainda não tem data.

Iniciado em torno das 11h05, o período de interrogatório durou cerca de três horas. Em média, cada um dos acusados levou aproximadamente 42 minutos na Sala do Júri do Fórum Criminal de Dias D'Ávila, onde responderam perguntas feitas por 11 integrantes do Magistrado, servidores públicos e advogados. Ederlan Mariano, ex-marido de Sara e apontado como mandante intelectual do assassinato da mulher, foi o primeiro a ser interrogado.

De acordo com Rogério Matos, advogado da família de Sara, Ederlan respondeu a maior parte do seu interrogatório, que durou 45 minutos, mas optou por ficar em silêncio ao ser questionado pela acusação. Como resposta às demais perguntas, negou envolvimento com o assassinato da cantora gospel. "Ele declarou que não tinha nada a ver e empurrou toda a culpa no Zadoque [Weslen Pablo Correia de Jesus]", disse o advogado.

Otto Lopes, advogado de Ederlan Mariano não negou a versão do advogado de acusação. "A audiência foi bem tranquila. Ederlan apresentou a versão dele e negou a participação nos fatos, que tivesse a ciência ou que tenha contribuído para que o crime acontecesse", falou.

Quando questionado sobre a contradição do seu cliente, que inicialmente havia assumido a autoria do assassinato da então esposa e depois mudou a versão, negando seu envolvimento, o advogado defendeu a inocência de Ederlan. "Eu desafio qualquer pessoa a demonstrar que Ederlan assumiu [a autoria] em qualquer local, seja no inquérito ou na audiência. O que a defesa falou desde o início está acontecendo, ele nega a participação e não tem nenhum documento comprovando a participação dele", reiterou.

O segundo a ser ouvido foi o réu Weslen Pablo Correia de Jesus, mais conhecido como Bispo Zadoque, que ficou na Sala do Júri por 28 minutos. Segundo a acusação, ele permaneceu em silêncio durante todo o tempo e foi apontado pelos demais acusados como o principal mandante do crime. A defesa dele, que saiu rapidamente após a audiência, foi contactada pela reportagem, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

Os últimos réus a serem ouvidos foram Gideão Duarte e Victor Gabriel Oliveira, respectivamente. O primeiro foi interrogado das 11h18 às 11h50, enquanto o interrogatório do último durou cerca de uma hora. De acordo com a acusação, ambos adotaram uma estratégia semelhante durante o tempo em que foram submetidos às perguntas do Magistrado e demais interrogadores. "O senhor Victor, que na delegacia tinha narrado os fatos com precisão, hoje chegou e disse que não se lembra de nada", contou Rogério Matos.

"O que seguiu aqui é o que acontece normalmente: quando chega na frente do judiciário, os réus tendem a modificar o que falaram na delegacia. O que aconteceu até agora é muito positivo no ponto de vista da acusação. Não temos a menor dúvida de que Ederlan é o mandante desse crime bárbaro contra Sara Freitas. O inquérito está bem robusto e tem provas suficientes para levá-los ao júri popular", garante o advogado de acusação.

Após o fim da audiência de instrução, os réus saíram do Fórum rumo a Escolta Policial e foram cercados por um grupo de aproximadamente 10 populares que os acompanharam até o veículo sob gritos de "Assassinos". Eles partiram de Dias D'Ávila por volta das 14h15 em direção ao Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.

Após os depoimentos, será concedido um prazo para que as partes apresentem as alegações finais. Após o recebimento dessas informações, o processo será concluso para prolação da sentença.

O agendamento da sessão do júri dependerá do resultado da sentença.