Caso Menino Joel: morte de estudante por PMs no Nordeste é denunciado em evento da ONU

Os policiais vão à júri popular no dia 6 de maio deste ano

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  • Bruno Wendel

Publicado em 22 de abril de 2024 às 11:00

O menino Joel chegou a participar de uma propaganda turística do governo do estado, no verão de 2009/2010
O menino Joel chegou a participar de uma propaganda turística do governo do estado, no verão de 2009/2010 Crédito: Reprodução

A morte do menino Joel da Conceição Castro, de 10 anos, ocorrido há 13 anos no Nordeste de Amaralina, e outros óbitos de jovens e adolescentes em ações policiais em Salvador foram denunciados na Organização das Nações Unidas (ONU). Um dossiê do Instituto Odara, com 17 casos, foi entregue na 3ª sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes, entre os dias 16 e 19 deste mês, em Genebra, na Suíça. 

O documento foi apresentado no painel sobre o tema "Quem vai pagar a conta? A reparação quanto ao extermínio das infâncias e juventudes negras do Brasil". Além da denúncia, o Odora recomendou a desmilitarização (que seja adotada outro modelo de segurança, que não seja a guerra), um tribunal onde o Brasil seria réu pelo racismo institucional, para reparar a sociedade por crimes contra população negra e indígena, além de um fundo monetário das nações unidas voltado para o tema de reparação.

Joel estava em sua casa e se preparava para dormir quando a bala disparada pelo ex-soldado, que na época ainda fazia parte da corporação, invadiu o quarto e atingiu o menino na cabeça - à época, o então militar confessou o disparo quando PMs da 40ª Companhia Independente de Polícia Militar faziam uma operação na região. A denúncia aconteceu a menos de 20 dias do júri popular, onde sentarão no banco dos réus o ex-soldado e um tenente da 40ª CIMP, que, segundo denúncia do Ministério Público do Estado (MPBA), estava no momento do tiro.

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