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Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2023 às 16:42
O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) instaurou procedimento para acompanhar as investigações realizadas pela Polícia Civil, em relação à morte de Hyara Flor, de 14 anos, nesta terça-feira (7).
Em nota, o MP-BA informou que está acompanhando as investigações realizadas pela Polícia Civil quanto ao caso da adolescente e solicitou a realização de novas diligências, que estão no prazo para cumprimento.
Procurada, a Polícia Civil diz que já concluiu o inquérito e o remeteu à Justiça. A corporação não comentou o novo pedido de diligências.
Hyara Flor foi morta em julho deste ano em Guaratinga, no sul da Bahia. O marido da vítima, de 14 anos, era o principal suspeito. Ele foi apreendido no dia 26 de julho, no Espírito Santo, e solto no dia 14 de agosto, após o cunhado de 9 anos da adolescente assumir a autoria do disparo.
A família contratou um perito para analisar o assassinato da adolescente após desacreditar da versão apresentada pela Polícia Civil da Bahia, em agosto deste ano. E o novo parecer comprovou a descrença da família.
O perito forense Eduardo LIanos, profissional de São Paulo, com 30 anos de experiência na área, esteve no local do crime e constatou que a pessoa que efetuou o disparo seria mais alta que a vítima, o que descarta o cunhado de 9 anos.
"Se faz presente a imperiosa necessidade de realizar a exumação do corpo da vítima para determinar a vértebra onde ficou alojado o projétil e constatar tecnicamente a trajetória e trajeto balística", destacou o perito.
No dia 11 de agosto, o pai de Hyara Flor, Hiago Alves, publicou um vídeo nas redes sociais contestando o inquérito que apurou a morte da adolescente de 14 anos. "Estou aqui indignado e revoltado, mas já esperava esse inquérito policial. O senhor [o delegado] ouviu três pessoas manipuladas que tiveram tempo suficiente para manipular”, acusou o pai da vítima no vídeo.
Após o parecer do perito contratado pela família da adolescente Hyara Flor contestar a versão do laudo emitido pela policia sobre o assassinato da adolescente, o Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT-DPT) informou, nesta quinta-feira (21), que a Coordenadoria Regional de Polícia Técnica de Porto Seguro recebeu um ofício do Ministério Público (MP-BA) com perguntas complementares sobre o laudo oficial.
A versão apresentada pela Polícia Civil, emitida em agosto, concluiu que o disparo que matou a vítima foi feito de forma acidental pelo cunhado dela, uma criança de nove 9 anos, enquanto os dois brincavam com uma pistola calibre 380. Em contrapartida, o laudo do perito Eduardo LIanos, profissional de São Paulo, com 30 anos de experiência na área, concluiu que o tiro não pode ter sido disparado por uma criança de 9 anos.
Segundo o DPT, as respostas serão enviadas ao Ministério Público assim que o trabalho for concluído, sem informar previsão nem conteúdo das perguntas. A advogada Janaína Panhossi, que representa a família de Hyara Flor, revelou que o parecer técnico foi entregue ao MP, e disse que o órgão pediu novas investigações para a Polícia Civil (PC-Ba).
Questionada, a Polícia Civil afirmou que "o ofício foi direcionado ao DPT". A reportagem entrou em contato com o Ministério Público da Bahia pedindo um posicionamento sobre o envio do ofício e aguarda retorno.
Ainda segundo Janaína, a família de Hyara recebeu a notícia com esperança. “A família ficou esperançosa, porque quando houve a conclusão do inquérito eles ficaram consternados, não acreditavam no que foi concluído pela polícia. Então é uma sensação de esperança de que haja uma responsabilização pelo crime que vitimou Hyara”, contou.