Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Wendel de Novais
Publicado em 14 de novembro de 2024 às 10:22
A investigação sobre as mortes de Paulo Daniel Pereira, 24 anos, e Matuzalém Silva, 25, seguem em curso após o desaparecimento, ocorrido há dez dias. Sem a localização de Marcelo Batista Silva, patrão dos dois e suspeito pela morte de Paulo e Matuzalém, a Polícia Civil da Bahia (PC) tenta encontrar vestígios das vítimas em pertences do empresário.
Segundo familiares de Paulo Daniel, nos mandados de busca e apreensão cumpridos pelos investigadores, a polícia teria colhido vestígios que podem ser de sangue em itens que pertencem ao empresário. De acordo com Fernanda Cruz, tia de Paulo, três materiais foram colhidos, e a mãe do seu sobrinho foi convocada, na quarta-feira (13), para ceder amostras que serão comparadas.
"A Polícia chamou Mari para fazer ontem a coleta de sangue e de saliva com vestígios encontrados nas buscas. O que nos passaram é que esses vestígios, que podem ser sangue, foram encontrados em papéis e uma toalha dentro de um balde de lixo no escritório de Marcelo e também no banco de um carro que foi apreendido na investigação", fala Fernanda.
Procurada para confirmar, de maneira oficial, a convocação dos familiares para a coleta das amostras de DNA, a Polícia Civil não respondeu até a publicação desta reportagem. A polícia também foi questionada se os vestígios encontrados são de sangue e quanto tempo pode levar para que os resultados desses exames apareçam, mas também não respondeu a essas perguntas. Um policial, que terá a identidade preservada, confirmou, no entanto, que parentes das duas famílias compareceram ao IML para realizar o procedimento.
"Tanto os familiares de Paulo como os de Matuzalém fizeram essa coleta. A intenção é que, considerando a suspeita em cima de Marcelo, toda amostra encontrada seja checada para entender se há compatibilidade. Então, esse exames podem, sim, fazer com que a investigação avance no sentido de revelar o que aconteceu", conta fonte policial.
Marcelo Batista Silva é considerado foragido pela polícia. Ele chegou a negar o crime, mas não se apresentou quando foi considerado suspeito. Antes mesmo de ter um mandado de prisão em seu nome, o empresário entrou com um pedido de habeas corpus preventivo através da sua defesa. Marcelo é acusado por familiares de Paulo e Matuzalém por conta do seu histórico de comportamento com funcionários. Em 2018, ele foi denunciado pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP) por tortura.
A 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) segue com as investigações sobre os desaparecimentos. As equipes policiais estão em campo para cumprir a ordem judicial de prender Marcelo. Os dois jovens foram vistos pela última vez na segunda-feira passada (4), em um ferro-velho no bairro de Pirajá, onde trabalhavam.