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Wendel de Novais
Publicado em 9 de setembro de 2024 às 10:34
Cerca de 30 pessoas, entre familiares e vizinhos da pequena Aisha Vitória, 11 anos, morta há um mês em Pernambués, estão na frente do Fórum Criminal de Salvador, no bairro de Sussuarana, para pedir por justiça na manhã desta stegunda-feira (9). No local, Joseilson Souza da Silva, 43 anos, que foi denunciado pela morte da criança em inquérito policial, passa por audiência de instrução na 1° Vara do Tribunal do Júri às 10h. Ele será apresentado como réu, ouvido em juízo as primeiras testemunhas serão ouvidas.
Os familiares mais próximos da vítima estão, desde cedo, dentro do fórum, onde a imprensa não tem acesso. Do lado de fora, Ana Carla Reiner, amiga da família, falou sobre o sentimento de quem morava perto dela. "A gente só quer Justiça. Ninguém no mundo merece essa perversidade que ele fez com ela. Aisha era uma menina tranquila, querida e que tinha muito para viver. Ele tirou dela essa oportunidade e ainda está em cela separada. Queremos ele no pátio [ala geral dos presídios, pagando por tudo que fez", afirmou ela.
Ainda emocionados, os vizinhos e amigos da família entoaram gritos de 'queremos justiça' em frente ao fórum para pressionar por um julgamento severo. "Queremos ver a pena máxima, o que ele fez é algo que ninguém poderia imaginar. Morava no bairro há anos, mas ninguém percebeu esse comportamento dele. Se aproveitou disso para fazer uma crueldade com uma menina indefesa", completa Ana Carla. Joseilson foi indiciado por homicídio qualificado no inquérito policial que apurou a morte de Aisha.
Na entrada para o fórum, a reportagem ouviu também Gabriel Cortes, advogado da família de Aisha. Ele explicou o que vai acontecer na audiência de instrução e a expectativa da acusação. "Nessa audiência, ouviremos as testemunhas de acusação e defesa e haverá um novo interrogatório do acusado. Esperamos que os elementos colhidos em inquérito sejam ratificados e confirmados em juízo para que ele seja submetido ao tribunal de Júri, onde certamente ele será condenado", afirmou Gabriel.
O advogado prevê que Joseilson encare o júri em um ano, mas afirma que a pena decorrida do julgamento deve girar em torno de 40 anos. O acusado foi denunciado por homicídio qualificado, mas o crime tem quatro qualificadoras que incluem estupro de vulnerável.