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Carros foram incendiados no Pero Vaz durante ataque do CV com mais de 15 homens

Ao todo, nove veículos foram incendiados em duas ruas do bairro

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 11:44

Nove carros foram incendiados durante ataque Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O ataque que deixou nove carros incendiados no bairro de Pero Vaz, em Salvador, na madrugada desta quinta-feira (29), foi promovido por traficantes do Comando Vermelho (CV). O grupo, formado por mais de 15 homens da facção, cruzou a Rua Direta do Pero Vaz, via que a separa da rival Bonde do Maluco (BDM). O bairro é dividido pelos dois grupos: enquanto o CV atua no fim de linha, o BDM tem suas atividades na localidade conhecida como Pero Vaz Velho, onde o ataque ocorreu.

A ação criminosa desta quinta se deu em duas ruas em momentos diferentes. A primeira foi na Rua do Céu, quase na divisa do bairro com a Liberdade, onde quatro veículos foram queimados e tiros foram disparados por volta das 2h30. Após isso, por volta das 4h, o mesmo bonde foi até Rua Pero Vaz Velho, onde incendiaram cinco veículos e dispararam em direções aleatórias. A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) foi acionada para as duas ocorrências e confirmou a queima dos veículos.

Moradores das duas ruas explicaram à reportagem que ação não ocorreu durante um confronto e que, na verdade, os homens do CV tentavam encontrar integrantes do BDM. Entre os tiros e o ruído da queima dos carros, era possível ouvir um grito repetido. “Bota a cara! Eles ficaram gritando isso o tempo todo. Chegaram com uma rajada de tiros e, depois, colocaram fogo nos carros. A gente não saiu, é claro. Eles chegaram em mais de 15 homens procurando os caras daqui [BDM]”, relata um morador, que prefere não se identificar por medo de represálias.

Alguns dos veículos tiveram perda total após incêndio Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Outro morador, que também não se identifica, explica porque o ataque aconteceu na Rua Pero Vaz Velho. “Aqui não tem boca de fumo e nem atividade do tráfico. Porém, eles [BDM] usam como rota de fuga ao voltar dos ataques. Pode olhar que, ao longo da rua, tem várias escadinhas para locais mais internos daqui. Então, eles [CV] ficaram da entrada provocando e vendo se a rival ia responder de alguma forma, mas não aconteceu”, relata ele.

Apesar de ouvir o barulho dos carros queimando, os moradores não puderam sair para contar as chamas porque os traficantes do CV ainda estavam na rua. Nos dois, só uma hora depois da ocorrência, os proprietários puderam sair para conter as chamas. A maioria dos carros, porém, tiveram perda total depois do ataque. O Corpo de Bombeiros foi acionado nas duas ocasiões e conseguiu debelar o incêndio.