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Candomblecista denuncia racismo após ser coagida a retirar turbante em aeroporto: 'Constrangimento'

Lindinalva Barbosa, do Terreiro do Cobre, em Salvador, já teria passado por raio-x quando funcionários pediram a retirada do torso; Aeroporto nega acusação

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Esther Morais

Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 10:17

Religiosa denunciou intolerância e racismo em aroporto no Ceará
Religiosa denunciou intolerância e racismo em aroporto no Ceará Crédito: Reprodução / Redes sociais

Uma candomblecista denunciou ter sofrido racismo religioso no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza (CE). A egbom Lindinalva Barbosa é do Terreiro do Cobre, no Engenho Velho da Federação, em Salvador, e tentava embarcar em um voo para a capital baiana quando foi abordada por funcionários. 

Segundo a religiosa, ela usava um turbante e passou pelo raio-x, que não detectou nada. Mesmo assim os funcionários solicitaram a retirada do torso para o embarque. Vídeos mostram a mulher sendo questionada e abordada por policiais federais. O caso aconteceu na última segunda-feira (9).

"Nada de anormal tinha ali, senão o racismo que tenta constranger uma mulher negra do candmblé", diz um depoimento publicado nas redes sociais. 

Em nota, a Fraport Brasil, responsável pela administração do aeroporto, informou que a passageira não foi impedida de embarcar e que todo o atendimento do aeroporto foi realizado com respeito e educação. Ainda disse que a passageira fez registros de imagens de local proibido, se recusando a apagá-las e, por esse motivo, foi abordada pela Polícia Federal para que apagasse o vídeo antes de seguir viagem.

"[Somos] absolutamente contrários a qualquer espécie de constrangimento ou discriminação de qualquer tipo e zela pelo cumprimento das normas de Segurança da Aviação", ressaltou. 

Nos procedimentos do aeroporto, detalhados no site da empresa, consta que, para realização de fotos ou filmagem de veículos de imprensa nas dependências, é necessário solicitar autorização, com no mínimo 24h de antecedência. 

Diversos representantes do candomblé se posicionaram sobre o assunto e lamentaram a situação. "Seguimos, em marcha, pelo direito a exercer a nossa fé em um país laico, que ainda não consegue nos proteger dos ataques constantes", diz texto publicado pelo Terreiro do Cobre. 

A reportagem entrou em contato com a religiosa e com o terreiro para ter mais informações e saber se foi registrado um boletim de ocorrência, e aguarda retorno. 

Colaborou Elaine Sanoli*